Usina de Arte apresenta show de Zé Miguel Wisnik

Compositor lança o álbum duplo “Indivisível”, que traz parcerias e participações especiais de grandes nomes da MPB

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A Usina de Arte apresenta show de lançamento do álbum duplo “Indivisível”, do compositor e ensaísta Zé Miguel Wisnik (Foto: Divulgação)

A Usina de Arte apresenta show de lançamento do álbum duplo “Indivisível”, do compositor e ensaísta Zé Miguel Wisnik, quarto disco de sua carreira, no dia 15 de outubro, sábado, às 20 horas, no Teatro da Usina de Arte. Além do show, Wisnik fará um workshop de teoria musical intitulado "O Som e o Sentido", no mesmo dia, das 11 às 13 horas, aberto ao público. A realização do projeto é do governo do Estado, através da Fundação de Cultura Elias Mansour, financiado pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet, com patrocínio das empresas Etam, JM Construtora, Construmil, Fidens, Construtora cidade e Camter.

Com produção de Alê Siqueira, que assina projetos de discos de nomes como Marisa Monte, Bebel Gilberto e Omara Portuondo, “Indivisível” é inteiramente dedicados ao piano e ao violão com parcerias e participações de nomes como Chico Buarque, Luiz Tatit, Marcelo Jeneci, Jorge Mautner, Alice Ruiz, Guinga e Arthur Nestrovski.

“Indivisível” apresenta 25 músicas, todas cantadas por Wisnik (piano e voz), entre faixas autorais, parcerias e versões, pelo selo Circus. O artista será acompanhado por Márcio Arantes (baixo acústico, contrabaixo e vocais), Guilherme Kastrup (bateria) e Celso Sim (voz).

Álbum duplo –
Cada um dos discos do duplo “Indivisível” é dedicado a um instrumento principal. O primeiro álbum conta com o piano de Zé Miguel Wisnik para construir o clima mais denso dos arranjos das primeiras 13 músicas do trabalho. Já o segundo elege a leveza e a precisão do violão de Arthur Nestrovski, que desenha as 12 canções seguintes.

A faixa-título “Indivisível”, musicada por Wisnik, traz letra do designer André Stolarski, autor de um poema baseado no ensaio de Wisnik “Iluminações Profanas”. Já Chico Buarque, em prática nada usual em sua trajetória musical, assina “Embebedado” e entoa ao lado de Wisnik a letra composta pelo parceiro, gravada por Gal Costa no disco “Hoje”.

Marcelo Jeneci e Paulo Neves dividem com Wisnik a autoria da grandiosa “Feita Pra Acabar”, que deu nome ao elogiadíssimo disco de estreia do jovem compositor e multi-instrumentista paulista. Na sequência, o álbum apresenta a primeira melodia composta por Jeneci, “O Primeiro Fole”, que ganhou letra afetuosa de Wisnik. A música “fala do piano, que é o nosso instrumento, da sanfona, que é instrumento dele, e do lugar misterioso onde a gente vai buscar as palavras para as canções”, comenta Wisnik.

O time de parceiros apresentados em “Indivisível” traz Luiz Tatit, que destila seu humor sobre a melodia de inspiração sertaneja, intitulada “Tristeza do Zé”, composta por Wisnik. A dupla brinca com a “Tristeza do Jeca”, de Angelino de Oliveira, para desenvolver a história, um tanto autobiográfica, de Zé, além de Alice Ruiz, que “discute a relação” no tema amoroso “Dois em Um”, composto com o pianista ao pé do instrumento.

“Indivisível” apresenta ainda um hino anti-homofobia composto com Ana Tatit e Zé Tatit, intitulado “Eva e Adão ou Marchinha da Família”, que foi a vencedora do concurso de marchinhas do Morro do Querosene e estabelece diálogo com outra faixa do disco dedicado ao violão, “Presente”, já gravada por Elza Soares em “Pérolas aos Poucos” e por Zélia Duncan em “Eu Me Transformo em Outras”.

Disco capa azul – “Serenata”, versões em que Arthur Nestrovski traduziu peças de Schubert e Schumann para a canção brasileira, abre o disco de capa azul brilhante e encarte fosco, em que o violão de Arthur costura todas as faixas. Além das autorais “A Serpente” (feita para uma montagem da peça homônima de Nelson Rodrigues), “Presente”, “Errei com Você”, “Sócrates Brasileiro” (samba exaltação sobre a grande figura futebolista, já gravado por Ná Ozzeti em seu primeiro disco), “Fio de Areia”, “Cacilda” (feita especialmente para o espetáculo Cacilda!, de Zé Celso Martinez Correa no Teatro Oficina, e gravada por Maria Bethania) e “Se Meu Mundo Cair”, regravada ao piano, Wisnik também traz para seu “Indivisível” canções sobre poemas.

“Os ilhéus”, sobre um soneto de Antonio Cícero que faz parte de “A Cidade e os Livros”, foi musicada com inspiração em Lulu Santos, já que Cícero é ao mesmo tempo poeta, filósofo e autor de hits com Marina Lima e Lulu. O tom apocalíptico das palavras ganhou estranha atualidade com o tsunami no Japão.

Música composta para o espantoso poema em ecos de Gregório de Matos, poeta barroco baiano do século XVII, “Mortal Loucura” é originalmente trilha do espetáculo “Onqotô”, do Grupo Corpo, em parceria com Caetano Veloso. Inicialmente recebeu um tratamento mais extenso e coreográfico e no disco ganhou formato mais próximo da canção.

“Tenho dó das estrelas”, uma quase morna sobre poema de Fernando Pessoa; “Eu vi”, versão para a canção de Henri Salvador, do disco “Chambre Avec Vue”; e “Anoitecer”, sobre poema de Carlos Drummond de Andrade, completam a lista de poemas musicados que permeiam e unem as 25 faixas de “Indivisível”.

Sobre Zé  Miguel Wisnik –
Graduado em Letras, mestre e doutor em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo, Wisnik estudou piano clássico e apresentou-se pela primeira vez como solista da Orquestra Municipal de São Paulo aos 17 anos, interpretando o Concerto nº 2, de Camille Saint-Saëns. Em 1968 participou do Festival Universitário da extinta TV Tupi, com a canção “Outra Viagem”, cantada por Alaíde Costa e gravada posteriormente por Ná Ozzetti.

Wisnik tem três discos gravados: o independente “José Miguel Wisnik” (2000),”São Paulo Rio” (2002), com participação da cantora Elza Soares, com quem realizou alguns shows em 2002, além de participar da direção artística de seu disco “Do Cóccix até o Pescoço”; e “Pérolas aos Poucos” (2003).

Além de seus discos, livros, ensaios e aulas, Wisnik faz também música para cinema (“Terra Estrangeira”, de Walter Salles e Daniela Thomas), teatro (“As Boas”, “Hamlet” e “Mistérios Gozozos” para o Teatro Oficina, e “Pentesiléias”, de Daniela Thomas, dirigida por Bete Coelho) e dança. Fez três trilhas sonoras para o grupo Corpo, "Nazareth" (1995), “Parabelo” (1997), em parceria com Tom Zé, e "Onqotô", com Caetano Veloso (2005) e é o diretor musical da próxima trilha inédita do grupo que estreia em agosto 2011 no Teatro Alfa.

Serviço

Usina de Arte – Avenida das Acácias, 01 – Distrito Industrial –  Zona A – Tel.: 3229-6892 – Entrada franca. Os ingressos serão distribuídos com 1h de antecedência na bilheteria da Usina de Arte.  

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