Tráfico de pessoas é discutido em Rio Branco

Foi realizado na noite desta quarta-feira, 6, no Theatro Hélio Melo, o painel público com o tema: Mulheres e Homens pela Paz e contra o Tráfico de Mulheres e a Violência Sexual. O evento é da Associação Mulheres pela Paz e tem a parceria, no Acre, da Secretaria de Estado de Políticas para as Mulheres (SEPMulheres). Estiveram presentes autoridades dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Além de lideranças internacionais da Suíça, Indonésia, Argentina e Uruguai.

A intenção do evento é chamar a atenção para o tráfico de pessoas (Foto: Arison Jardim/Secom)

 A intenção do evento é chamar a atenção para o tráfico de pessoas (Foto: Arison Jardim/Secom)

A intenção do evento é chamar a atenção para o tráfico de pessoas, já que o Acre, por fazer fronteira com a Bolívia e o Peru, apresenta fatores considerados de vulnerabilidade e com isso fortalecer a rede de serviços contra o tráfico humano, formada por atores governamentais e não governamentais.

Dewl Rana Amir, da Indonésia, indicada para o prêmio Nobel da Paz em 2005 acredita que essa indicação ajudou a começar a luta contra o tráfico de pessoas. “As pessoas que enfrentam esse tipo de violência são as mulheres que estão nas comunidades e essa Rede de Enfrentamento da qual fazemos parte nos possibilita contribuir para a solução destes casos”, declarou.

Para a presidenta da Associação de Mulheres pela Paz, Clara Charf, esse momento é de mobilização. “Há alguns anos não podíamos falar nada. Estávamos presos a uma ditadura militar. Hoje temos que aproveitar que podemos falar, ver e ouvir. Temos que gritar para o mundo e para a sociedade o que está ocorrendo para que as mulheres tenham seu direito a uma vida sem exploração”, disse Clara.

A presidenta da Associação de Mulheres pela Paz, Clara Charf, participou do evento (Foto: Arison Jardim/Secom)

A presidenta da Associação de Mulheres pela Paz, Clara Charf, participou do evento (Foto: Arison Jardim/Secom)

Segundo a primeira-dama Marlúcia Cândida é preciso proteger. “Temos que resguardar as mulheres, crianças e jovens que são levados atraídos por algo que, ilusoriamente, vai trazer benefícios para a família. Vamos chamar a atenção da sociedade para esse crime e ficar atentos para o que ocorre ao nosso lado”, explicou Marlúcia.

A secretária de SEPMulheres, Concita Maia, acredita que o silêncio é o principal inimigo. “Não podemos fechar os olhos para essa triste realidade. Não é mais hora de fingir que não estamos vendo. E por essa razão e impulsionadas pelo governador Tião Viana fixamos essa parceria com a Associação das Mulheres pela Paz. Pautar esse assunto é uma forma de enfrentarmos essa violência para estarmos em sintonia com a sociedade de paz que buscamos”, concluiu Concita.

Ainda no evento foi lançado o livro Brasileiras Guerreiras pela Paz que reúne histórias de 52 mulheres que lutam por um mundo mais justo. Na lista estão os nomes de Marina Silva e da secretária de Políticas para as Mulheres do Acre, Concita Maia.

"Vamos chamar a atenção da sociedade para esse crime e ficar atentos para o que ocorre ao nosso lado”, explicou a primeira-dama, Marlúcia Cândida (Foto: Arison Jardim/Secom)

“Vamos chamar a atenção da sociedade para esse crime e ficar atentos para o que ocorre ao nosso lado”, explicou a primeira-dama, Marlúcia Cândida (Foto: Arison Jardim/Secom)

Durante os dias 6 e 7 de junho serão realizadas oficinas de educação popular feminista, fechada para 60 lideranças locais de ONGs, órgãos públicos e universidades, no Pinheiro Palace Hotel. Dentre os principais objetivos, estão contribuir na luta pelo enfrentamento da violência contra a mulher que se materializa na violência doméstica e sexual, além do tráfico de mulheres, interferir na implantação e implementação de políticas públicas e aumentar a sensibilidade da mídia e da opinião pública sobre a gravidade dessas questões, como consequência das desigualdades de gênero.

Sobre o Tráfico Humano

O tráfico humano é a terceira modalidade criminosa mais lucrativa do mundo, ultrapassada apenas pelo tráfico de armas e de drogas. O lucro anual chega a 31,6 bilhões de dólares, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Dentre as vítimas entregues à exploração sexual, 85% são mulheres. A faixa etária predominante está entre 17 e 25 anos. Há registro de tráfico de adolescentes e crianças, sendo a maioria do sexo feminino. Também existe o tráfico de homossexuais e travestis jovens. A maioria das pessoas traficadas é pobre e com baixa escolaridade. Na rede de aliciadores, 55% são mulheres.

Sobre a Associação Mulheres pela Paz

A Associação Mulheres pela Paz é presidida por Clara Charf, hoje com 87 anos, e dirigida por Vera Vieira. Contam com o apoio da Associação Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo (Suíça), EED (Alemanha), Fundação Avina, Fundação Ford e Secretaria de Políticas para as Mulheres do Governo Federal.

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