Todos os esforços possíveis para garantir o abastecimento de gêneros alimentícios, combustíveis e remédios estão sendo feitos pelo governo do Estado. A situação de isolamento terrestre causada pelo transbordamento do Rio Madeira, em Rondônia, deve se estender por mais três semanas. O governo federal não tem medido esforços para apoiar o Acre na luta contra o desabastecimento.
O governador Tião Viana e o prefeito Marcus Alexandre reuniram a imprensa na tarde desta terça-feira, 25, para esclarecer todas as ações adotadas na busca de soluções para a atual crise. Alguns trechos da BR-364 estão inundados há mais de um mês, e com a vazante das águas será possível avaliar os estragos causados. Os próximos seis meses devem ser de recuperação da estrada.
Gêneros alimentícios perecíveis ou de primeira necessidade estão sendo transportados por meio dos aviões da Força Aérea Brasileira, que tem feito voos diários. A carga e descarga das aeronaves requer tempo e muitas vezes inviabiliza que novos voos sejam realizados no mesmo dia. Uma balsa com mais de duas mil toneladas de alimentos partiu de Rondônia em direção ao Acre transportando produtos não perecíveis, e que já começam a faltar em Rio Branco.
“As alternativas e soluções que são buscadas nem sempre saem dentro do planejado porque estamos vivendo situações totalmente atípicas e imprevisíveis. É o caso da balsa com combustível que deveria ter atracado na segunda-feira, mas, por conta da calha do rio, não conseguiu se aproximar e somente um dia depois conseguiu descarregar. Estamos fazendo todo o possível e necessário, inclusive para nos anteciparmos aos problemas e atrasos. A situação é muito séria, mas está sob controle”, explicou o governador.
Balsas com combustível já atracaram e situação se estabiliza
O combustível está chegando ao estado por meio de balsas e pela estrada, vindo de Cruzeiro do Sul. “Hoje [terça-feira] chegou uma balsa com 600 mil litros de combustível, outra deve chegar amanhã, com mais 4,4 milhões de litros, e temos uma balsa atracando em Cruzeiro do Sul com 2,3 milhões de litros”, explicou o governador.
Medidas de antecipação vêm sendo tomadas para evitar situações de desabastecimento. O período de transporte por meio de balsas é incerto. Uma nova balsa já deixou o porto de Manaus e tem previsão de chegada para vinte e cinco dias. “Mas, pode ser que haja um período de atraso de cinco dias e por conta desta situação incerta já estamos tomando as providências para adquirir combustível do Peru”, disse o governador.
Remédios têm prioridade
Dois aviões bandeirantes foram disponibilizados pela Defesa Civil Estadual para que a Prefeitura de Rio Branco faça o transporte de remédios que já estavam em falta nas farmácias municipais, entre eles o omeprazol e o cloridrato de paroxetina.
Outros remédios, como a dipirona, foram transportados ainda por via terrestre, num carregamento grande, uma vez que o transporte não pode ocorrer por via área, por causa da pressão da aeronave.
“Estamos lidando com o maior desastre natural já vivido e enfrentamos hoje um período de grande crise”, destacou o prefeito Marcus Alexandre.
Peru é uma das rotas alternativas
A Embaixada Peruana já se colocou à disposição do Acre para auxiliar no que for preciso e os trâmites burocráticos para transações comerciais e de transporte entre os dois países foram facilitados. Alguns produtos da área da construção civil foram adquiridos do país vizinho, como o cimento.
Nos próximos dias deve chegar um carregamento com uva, tomate, alho, batata e trigo.
