Saúde do Acre promove capacitação em Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos

Os acidentes por animais peçonhentos, especialmente os acidentes ofídicos, decorrentes da mordedura de serpentes, são uma realidade constante no estado. Populações que vivem em áreas rurais e em aldeias indígenas são as mais acometidas pela situação. Com o foco de preparar profissionais da saúde para essas situações, nos dias 4 e 5, segunda e terça-feira, o governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Saúde (Sesacre), promove a capacitação no Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos, no auditório da Uninorte, em Rio Branco.

Capacitação no Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos, no auditório da Uninorte. Foto: Cedida.

Realizado em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Ministério da Saúde, o evento é destinado a médicos, médicos veterinários, enfermeiros do Sistema Único de Saúde (SUS), profissionais de vigilância em saúde e estudantes. O intuito é aprimorar a abordagem médica, reduzir a mortalidade e a letalidade dos acidentados.

Consultora técnica da OPAS, Lúcia Monte Belo. Foto: Odair Leal/Sesacre

A consultora técnica da OPAS, Lúcia Monte Belo, destaca a importância da iniciativa: “Programamos esse evento em parceria entre a Sesacre e os nossos parceiros convidados visando capacitar os profissionais de saúde que atendem as vítimas de acidentes por animais peçonhentos aqui no Acre, estado tem uma grande incidência de acidentes ofídicos, ou seja, acidentes por serpentes venenosas. É importante que os profissionais de saúde, médicos e enfermeiros, principalmente, estejam capacitados, atualizados para atuação terapêutica e clínica, para a melhoria dos serviços dentro do SUS”.

Acidentes ofídicos têm importância médica em virtude de sua grande frequência e gravidade. Foto: Odair Leal/Sesacre

Os acidentes ofídicos têm importância médica em virtude de sua grande frequência e gravidade. A padronização atualizada de condutas de diagnósticos e tratamentos dos acidentados é imprescindível, visto que as equipes de saúde não recebem informações desta natureza durante os cursos de graduação ou no decorrer da atividade profissional.

Médico e pesquisador do Laboratório de Ecologia e Evolução do Instituto Butantan, Carlos Roberto Medeiros. Foto: Odair Leal/Sesacre

O médico e pesquisador do Laboratório de Ecologia e Evolução do Instituto Butantan, Carlos Roberto Medeiros, ressalta a carência de conhecimento na área: “Esse conhecimento em acidentes por animais peçonhentos não é muito valorizado nos cursos de graduação e muitos profissionais saem sem esse preparo. Então essa capacitação é fundamental para atender de forma adequada os pacientes”.

Os temas apresentados nos dois dias de evento envolvem: Situação epidemiológica dos acidentes por animais peçonhentos no Brasil; Panorama da produção dos soros heterólogos; importância da notificação dos acidentes no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan); Situação Epidemiológica dos acidentes por animais peçonhentos no Estado do Acre; Notificação e Imunização; Identificação e biologia das serpentes; acidentes ofídicos; Diagnóstico e Tratamento Terapêutico; e estudos de caso.

Adalto Sampaio, médico do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI)/Alto Rio Juruá, falou da importância da capacitação em uma região de difícil acesso. Foto: Odair Leal/Sesacre

Adalto Sampaio, médico do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI)/Alto Rio Juruá, falou da importância da capacitação em uma região de difícil acesso: “Sempre nos deparamos com situações de acidentes por animais peçonhentos. Nossa realidade é de difícil acesso, de 5 a 7 dias de distância e dependendo da gravidade do acidente, precisamos encaminhar o paciente a uma unidade de saúde mais próxima. Essa capacitação traz segurança aos profissionais de saúde, principalmente de termos o soro antiofídico futuramente na área em que a pessoa sofre o acidente. Temos muitos acidentes por serpentes e arraias, devido a presença de ribeirinhos e indígenas nos rios”.

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