Entidade apresentada para o governador Binho Marques nesta quinta-feira reúne gestores, pesquisadores e empresários e tem como objetivo manter um diálogo permanente sobre o tema
Durante dois dias, representantes de órgãos públicos de gestão e fiscalização, empresas privadas, organizações não governamentais e instituições de pesquisa que atuam na atividade de manejo florestal nos estados da Amazônia estiveram reunidos em Rio Branco para discutir a criação de uma rede que integre as informações e atuações de todos esses segmentos. O resultado do encontro foi a criação de um conselho gestor permanente que regularmente irá discutir manejo florestal, deliberando ações, apontando soluções e trabalhando junto à pesquisas científicas para elevar a qualidade das técnicas de manejo na região.
A Rede de Manejo Florestal da Amazônia foi apresentada nesta quinta-feira para o governador Binho Marques que recebeu em seu gabinete os representantes das instituições e empresas que coordenaram o encontro. Marques colocou o estado do Acre à disposição da rede para apoiar as iniciativas da nova entidade. "Os órgãos públicos, os empresários e as instituições de pesquisa são três segmentos que precisam andar juntos. Aqui no Acre nós temos o desafio de promover o desenvolvimento econômico e garantir a continuidade nos índices de desmatamento, como já vem sendo registrado nos últimos anos. E tudo o que vier a favor desse projeto é bem vindo, principalmente com relação ao manejo. Fico feliz com o resultado desse encontro, e saibam que a rede pode contar com o nosso apoio", afirmou Binho.
O secretário de Meio Ambiente, Eufran Amaral, um dos articuladores da rede, acredita no desenvolvimento da atividade a partir do encontro. "Essa é uma forma de compartilhar conhecimento em prol da melhoria da gestão florestal. Acredito que a partir de agora nós vamos avançar na eficiência do modelo de manejo, melhorando os indicadores sociais, ambientais e econômicos".
Segundo o pesquisador da Embrapa e incentivador da rede, Marcos Oliveira, entre as ações da rede está a criação de um banco de dados que irá acumular as informações como projetos, estatísticas e resultados de pesquisas científicas. "Queremos disponibilizar essas informações para os órgãos públicos ambientais, instituições de pesquisa e ensino, para ampliar o conhecimento sobre essa atividade".
"É uma oportunidade para que os órgãos estaduais, federais, de pesquisa, compartilhem experiências que estão dando certo e as discussões influenciem políticas públicas valorizando o ativo ambiental florestal e fortalecimento da economia de base florestal", explica o secretário Eufran Amaral lembrando que o Acre tem hoje 88% de cobertura florestal também em função das ações do Governo do Estado, como o Zoneamento Ecológico-Econômico, que valorizam a floresta em pé. Eufran Amaral considera que o debate é importante e fortalece a rede. "É o fazer diferente, o fazer junto e já começamos com uma rede bem integrada".
A extração de madeira manejada é hoje um setor econômico com forte tendência de crescimento na Amazônia, e movimenta em torno de R$ 10 bilhões por ano com a retirada de
12 milhões de metros cúbicos de madeira de áreas de manejo e com a cadeia produtiva de outros produtos madeireiros e não madeireiros. "O Acre tem provado a reserva legal pode ser sim de grande importância para a geração de renda, inclusão social e desenvolvimento sustentável na nossa região", avalia o secretário de Florestas, Carlos Ovídeo.