Professores da rede integral recebem acompanhamento formativo

Professores do ensino integral da rede pública do estado recebem o primeiro Ciclo de Acompanhamento Formativo. A ação é desenvolvida por uma equipe do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE), com parceria da Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE), por meio da Diretoria de Ensino.

Esta é a primeira etapa de quatro ciclos que serão desenvolvidos no decorrer do ano. Por meio de uma conversa, são discutidos elementos e evidências para qualificar a maneira de atuação e trabalho dentro das escolas.

O ciclo está sendo feito simultaneamente em todo o país. No Acre, a ação teve início dia 14 deste mês e envolveu gestores, coordenadores e professores das escolas, bem como equipes do ICE e de Implantação da SEE.

Para a assessora pedagógica da escola Boa União, Suzana do Nascimento, essa formação contribui para as instituições auxiliando no processo do ensino integral. “Para nós, é uma ação importante, pois a intenção é auxiliar e pontuar algumas questões que não estão caminhando bem. Assim, revemos essas dificuldades e tomamos providências”, diz.

Segundo a consultora de gestão educacional do ICE, Renata Macedo, esse acompanhamento foi criado para se efetivar em momentos específicos e as escolas não serem pegas de surpresa, pois a ideia não é fiscalizar, mas fazer uma troca entre as escolas, o instituto e a SEE.

Ela explica ainda que cada ciclo tem um objetivo determinado e acontece para rever se as escolas já conquistaram pleno entendimento das metodologias do programa de modelo pedagógico e gestão e como está sendo sua aplicação.

Consultora de gestão educacional do ICE, Renata Macedo (Foto: Dryelem Alves/SEE)

“Estamos desenvolvendo muito diálogo junto com os gestores. Eles nos contam como estão fazendo, o que entenderam, como estão aplicando, e nós solicitamos, às vezes, ajustes. Esse é um processo com troca de experiência, e nosso foco são os estudantes e seus projetos de vida. Esse é o grande diferencial do programa”, afirma a consultora.

Renata destaca, inclusive, que uma característica interessante do modelo é a escuta dos estudantes, ocasião em que eles são convidados a se tornar agentes atuantes na gestão da escola. Para isso, é escolhido um líder por turma e eles realizam, semanalmente, reuniões com os gestores da escola, desenvolvendo outra característica do programa além do protagonismo, que é a aproximação.

“Neste segundo ano de implantação do ensino integral, o ICE começa a fazer uma transferência para a equipe de implantação da SEE e, hoje, o ciclo está sendo conduzido por ela, nós contribuímos e fazemos comentários. Até o fim do ano, essa equipe estará totalmente preparada, pois ela irá conduzir as outras ações com um apoio mais distante nosso. Isso garantirá a sustentabilidade do programa na rede”, conta.

Atuando há mais de dez anos na educação, o professor de língua portuguesa Valcemir de Araújo avalia a ação como “essencial para o ensino”.

Professor Valcemir de Araújo (Foto: Dryelem Alves)

“O acompanhamento não vem para fazer algum tipo de auditoria, mas para nos informar sobre determinadas situações que são peculiares no ensino integral. Aqui é uma relação de ensino e aprendizagem, na qual podemos tirar algumas dúvidas. E o ciclo nos capacita e qualifica para desempenharmos nossa função da melhor maneira possível, visando nosso principal foco: o aluno e seu projeto de vida”, finaliza o educador.

Ensino integral no Acre

O ensino integral é o novo modelo de ensino médio implantado no Acre em 2017, no qual os alunos passam a estudar em dois turnos, o que representa uma ruptura do modelo tradicional, pois provoca uma revolução no processo de aprendizagem ao instigar e valorizar o desenvolvimento das competências e habilidades individuais dos jovens.

O Acre já realizou 7.481 matrículas em menos de um ano. Só em 2018, foram 4.315 alunos matriculados, distribuídos nas onze instituições que ofertam o novo método em quatro cidades acreanas.

Os gastos com as adequações na infraestrutura das escolas totalizam R$ 5,1 milhões. O investimento contribuiu com vestiários, mesas térmicas, armários individuais, salas temáticas, disciplinas eletivas e práticas laboratoriais

As escolas que atendem em período integral de Rio Branco são: Armando Nogueira; Glória Perez; Instituto de Educação Lourenço Filho (IELF); José Ribamar Batista (Ejorb); Sebastião Pedrosa; Humberto Soares e Boa União. Há, ainda, a escola Raimunda Pará, localizada na Cidade do Povo, a Kairala José Kairala, de Brasileia, Craveiro Costa, de Cruzeiro do Sul e Djalma da Cunha Batista, em Tarauacá.

Além da Base Nacional Comum, que conta com 13 disciplinas fixas, o ensino integral conta ainda com a parte diversificada de disciplinas eletivas, práticas laboratoriais, estudo orientado, avaliação semanal e projeto de vida, contando ainda com atividades extra-curriculares, com clubes de protagonismo, tutoria, clubes de leitura e comunidade aprendizagem.

“Os professores sabem o que têm de fazer. Tudo é mais dinâmico, a gente fica maravilhada com o acolhimento, e isso nos ajuda a pensar a escola de forma diferente”, declara a estudante Liriel Ferreira, da escola Sebastião Pedrosa.

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