A estrutura do Parque de Exposições Marechal Castelo Branco, em Rio Branco, está em fase preparatória para receber os haitianos. O local será o novo abrigo para os imigrantes. Neste fim de semana, cerca de 400 refugiados serão transferidos para o espaço e permanecerão na capital até regularizar todos os documentos necessários para seguirem aos seus destinos.
Diante dos questionamentos da população sobre a entrada abundante de imigrantes haitianos e senegaleses no estado, o titular da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Nilson Mourão se posiciona. Mourão afirma que existe uma resolução de acordo da Organização das Nações Unidas (ONU) que obriga os 192 países-membros a aceitarem os pedidos de refúgio, que devem ser recebidos e examinados, podendo ser concedidos ou não.
“Os imigrantes chegam a solicitar o refúgio, a Polícia Federal e autoridades brasileiras são obrigadas a aceitar o pedido e encaminha ao Conselho Nacional dos Refugiados (Conari). O órgão examina e indefere o pedido que, em seguida, é enviado ao Conselho Nacional de Imigração (Cnig). Esse conselho concede ao imigrante o “visto humanitário”, exclusivamente aos haitianos, o qual permite que eles permaneçam no Brasil por cinco anos para trabalho, podendo ser renovado”, explica o secretário.
Assegurados por essa resolução, os haitianos continuam se refugiando para o Brasil em busca de emprego e uma vida mais digna, coisas que não têm mais em seu país de origem, após um terremoto catastrófico ter destruído a região em janeiro de 2010.
Segundo a Sejudh, cerca de 21 mil haitianos chegaram ao Brasil, sendo que 18 mil teriam ingressado pela região de fronteira do Acre até março deste ano. Em média, de 30 a 50 imigrantes, entre homens, mulheres e crianças, permanecem chegando diariamente pela Rodovia Interoceânica, responsável pela conexão do Brasil ao Peru.