Novas culturas aumentam renda do produtor familiar

Chico Izaque com mudas da mucuna preta (Foto: Elynalia Lima)
Chico Izaque aprendeu a produzir mudas e agora refloresta sua área degradada pela queimada e monocultura (Foto: Elynalia Lima)

Francisco José Costa Nascimento, o “Chico Izaque”, nasceu no Seringal Baré, no município de Feijó, e saiu de lá em busca de uma vida melhor. Hoje, aos 42 anos, mora no Ramal Bela Vista, na mesma localidade, a 24 quilômetros da margem da BR-364, onde há dois anos foi inserido no Programa de Incentivo ao Fortalecimento das Atividades Agroflorestais em Áreas Alteradas. A iniciativa do governo do Estado, com o apoio do Fundo Amazônia, beneficia mais de duas mil famílias de produtores rurais nos municípios de Bujari, Sena Madureira, Manoel Urbano, Feijó e Tarauacá.

Chico Izaque explica que não conhecia outra forma, além da queimada da área, de preparar a terra para realizar o plantio do seu roçado (roça de macaxeira). Deixar de queimar, então, significava diminuir a produção e fazer sua família passar necessidade, pois não havia outro tipo de cultivo. “Foi quando surgiram as outras ideias, que nem a mucuna”, relata. A mucuna preta, leguminosa indicada para a recuperação de solos degradados por monoculturas e queimadas, surgiu como alternativa para os produtores rurais evitarem o fogo na plantação. “Também tô mexendo com o plantio da graviola, cupuaçu, abacaxi e banana e tenho três açudes pequenos”, conta.

nnn (Foto: Elynalia Lima)
Um dos três açudes da propriedade (Foto: Elynalia Lima)

Para Izaque, a diversificação só trouxe benefícios, porque, com a fruticultura, ele ganha mais e trabalha menos: “Você planta, fica só zelando e todo ano você tem. Depois de cinco ou seis anos tem um plantio bem grande, em vez de vender dez quilos de polpa de cupuaçu todo o ano você vai vender mil quilos de polpa de fruta”.

E, assim, o ex-seringueiro que saiu em busca de uma vida melhor continua a ampliar suas possibilidades de melhorar a renda familiar e incentivar a produção local. Após um intercâmbio proporcionado pelo programa do Fundo Amazônia entre produtores em Rio Branco, Chico Izaque introduziu, em sua terra, dendê e cacau: “Quem sabe, né, que um dia a gente não vende também?”

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