Na tarde desta sexta-feira, 29, uma equipe do Ministério da Saúde (MS) esteve em Rio Branco realizando uma visita ao Hospital das Clínicas (HC) para conhecer o funcionamento do Serviço de Atendimento Especializado (SAE), Central de Transplante, leitos de observação e centros cirúrgicos. A inspeção se deve à avaliação do hospital e das equipes de saúde para que seja possível realizar transplante de fígado no Acre.
“O governo do Estado vem há dois anos se preparando para realizar esse serviço de transplante de fígado, ou seja, os pacientes poderão fazer esse processo cirúrgico no próprio meio familiar. Com isso, o Acre se tornará o primeiro Estado da Região Norte a oferecer o transplante de fígado”, destacou a secretária de Estado de Saúde, Suely Melo.
A secretária disse, ainda, que o governador Tião Viana anseia em abrir os serviços de transplante de fígado ainda neste ano, pois, atualmente, existem 16 pacientes que estão na fila aguardando doadores para transplante. “Com esse credenciamento, a partir do ano que vem, estaremos buscando estratégias para zerar esse fila de pacientes”, ressaltou Suely Melo.
De acordo com a representante Câmara Técnica Nacional para os Transplantes de Fígado do MS, Ilka Boin, a vinda ao Acre é para avaliação estrutural, tanto de profissionais quanto de equipamentos.
“Estamos avaliando a estrutura física do Hospital das Clínicas do Acre, as equipes de profissionais e os aparelhos, e também como é feito o acolhimento desses pacientes até eles serem encaminhados para a realização do transplante. Sem sombra de dúvidas, creio que o Acre será, sim, um potencial nos transplantes, tanto de fígado quanto dos que já realiza, como de rins e córnea”, enfatizou Ilka.
Serviço que renovará as esperanças de pacientes acreanos
A dona de casa Antônia Nunes, que realizou um transplante de fígado em São Paulo no ano de 2011, comenta do nervosismo e a preocupação que ela e a família passaram na época em que fez a cirurgia. “Realizava um tratamento de vista há dois anos a base de medicamentos muito fortes, para tratar de uma doença rara [autoimune]. Foi quando a médica, que acompanhava meu caso, diagnosticou a doença de hepatite B em um estado avançado”, lembra.
Antônia diz ainda que a médica informou que seu fígado estava completamente incapacitado e a única esperança de sobreviver seria um transplante. “Minha filha procurou desesperada por meios para que eu viajasse a São Paulo. Apesar de possuir um plano de saúde, que nada serviu na época, entramos pelo Tratamento Fora de Domicílio (TFD) do governo, para que eu pudesse ir a outro Estado e fazer o transplante. Foi muito difícil estar debilitada e longe da família para fazer uma cirurgia extremamente delicada”, declara.
“Os serviços de transplante, principalmente o de fígado, que talvez seja o de maior complexidade, realizados aqui mesmo em nosso Estado, na minha opinião é um ganho para o povo acreano, pois sei do que estou falando. O que presenciei e senti longe dos meus familiares e amigos não desejo a ninguém. Parabenizo pela iniciativa do governador Tião Viana de oferecer essa oportunidade, com saúde de qualidade aos pacientes que aguardam por um transplante”, finaliza Antônia.
