“É uma sensação muito boa. Estou muito feliz de poder ter minha filha, enfim, em casa”, disse a dona de casa Rosineide da Rocha, mãe de Ana Carolina da Rocha, 4 anos.
Após passar pouco mais de três anos internada no Hospital das Crianças de Rio Branco, ela continuará, a partir desta quinta-feira, 26, a receber assistência médica em domicílio, por meio do programa Melhor em Casa.
Diagnosticada com distrofia muscular com um ano de vida, Ana Carolina passou a depender de equipamentos para respirar e se alimentar.
De acordo com a pediatra Teresa Cristina Maia, o período de internação foi necessário devido à condição da paciente.
“Agora que ela apresenta um quadro estável, não fica mais doente com facilidade, chegamos à conclusão de que pode ser cuidada em casa”, explicou Teresa Cristina.
O quarto de Ana Carolina foi devidamente equipado com todos os aparelhos necessários para seu tratamento.
Ela será assistida semanalmente pela equipe do programa, formada por um médico especialista em saúde da família e comunidade, um enfermeiro, dois técnicos em enfermagem, psicólogo, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e nutricionista.
“Nesses primeiros dias, estaremos acompanhando a criança todos os dias, até que haja a completa adaptação e os pais se sintam completamente seguros para cuidar dela sozinhos”, explicou a enfermeira do programa, Maísa de Barros.
Durante os anos de internação, os pais se revezavam para acompanhar o tratamento da filha. “Foi um tempo muito difícil, mas agora vamos cuidar da nossa filha em casa e tenho certeza que vai ser muito melhor pra ela, estar mais perto dos que a amam poder sair do quarto do hospital, ver a luz do dia. Agora, chega de hospital”, comemorou Rosineide.
Distrofia muscular
A distrofia muscular é uma condição genética que provoca enfraquecimento progressivo do tecido muscular e afeta a musculatura esquelética.
Os portadores desse distúrbio apresentam dificuldades locomotoras progressivas e comprometimento da musculatura respiratória e cardíaca.
Programa Melhor em Casa
Criado em 2011, o programa Melhor em Casa nasceu da necessidade da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) em prestar assistência especializada aos pacientes que manifestavam interesse e tinham condições de sair da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Mesmo fora da unidade hospitalar, o paciente pode dar continuidade ao tratamento em casa, com a família e o amparo de todos os equipamentos necessários para assegurar melhora na qualidade de vida.
“A principal vantagem é o retorno desse paciente para o convívio familiar. O retorno para casa evita o transtorno de ter que se deslocar para o hospital, e o convívio do paciente que é muito melhor no ambiente familiar”, explica Lúcia Luna Carlos, coordenadora da Rede de Urgência e Emergência do Acre.