Com a ajuda de monitoramento via satélite, o governo do Acre consegue identificar os locais que apresentam maior incidência de focos de queimadas no Estado.
Após esse levantamento, o governo vai à comunidade e apresenta as alternativas para que os agricultores possam produzir sem usar o fogo e sem desmatar novas áreas. Foi o que aconteceu durante toda a terça-feira, 18, no Projeto de Assentamento Santa Luzia, em Cruzeiro do Sul.
Uma equipe da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) realizou reuniões com produtores rurais para conhecer de perto as demandas e dificuldades e explicar as alternativas que podem ser oferecidas à comunidade.
O local, segundo o levantamento da Seaprof, está na décima posição entre os projetos de assentamento que mais desmatam no Acre.
“Estamos aqui para firmar uma parceria com os produtores. Percebemos que há interesse em parar com o uso do fogo na agricultura. É preciso oferecer alternativas para criar uma cultura diferente no Acre de que é possível produzir muito mais sem queimar”, explica Éllen Abud, da Seaprof.
O agricultor Sebastião Fonseca elogiou a iniciativa do governo em ouvir a comunidade e garantiu que os produtores que ainda usam o fogo na agricultura só assim fazem por falta de alternativas.
“É um desprazer para gente usar o fogo no roçado. Com a Seaprof aqui oferecendo outras alternativas e assistência técnica tenho certeza que todo mundo vai parar de queimar”, disse.
Levantamento das demandas dos produtores
Durante a reunião, os técnicos da Seaprof fizeram a apresentação das cadeias produtivas para que os produtores rurais possam discutir as opções de produção em suas áreas. Fruticultura, mecanização e crédito rural foram algumas das demandas levantadas pelos agricultores.
O presidente da Associação de Produtores Rurais do Ramal 2, Liberman Farias, que representa 192 famílias, afirma que a comunidade ficou satisfeita com a reunião. “Acreditamos que a partir dessa visita vamos ter uma parceria mais forte com a Seaprof. Nós e o governo queremos a mesma coisa: parceria.”
Como encaminhamento das reuniões, as associações de produtores ficam responsáveis em levantar a demanda da comunidade para apresentação à Seaprof.
“Com essas demandas em mãos, vamos poder realizar um planejamento de atividades que possam atender o máximo possível de produtores aqui desse projeto de assentamento”, explica Jesus Lima, gerente da Seaprof em Cruzeiro do Sul.