Quarenta das 93 famílias que residem atualmente na Floresta Estadual do Antimary (FEA) entraram em um acordo com o governo na manhã de sexta-feira, 3. Das 40 famílias que estão na floresta de forma ilegal, permanecem apenas 26 famílias, as outras 14, por não se enquadrarem dentro das regras de Floresta Pública, vão deixar a área.
A medida foi tomada baseada em um levantamento socioeconômico elaborado por uma equipe formada por funcionários da Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens), representantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Acre (Fetacre) e moradores da comunidade .
No levantamento constatou-se que 14 famílias não se enquadram nas regras da Floresta Pública por não terem perfil extrativista, nem se enquadram em Programas de Reforma Agrária do Incra por não possuírem perfil para a agricultura familiar. Por esse motivo, não podem continuar ocupando as terras. A decisão foi comemorada pelos moradores. “Eu jaz havia falado que se o Edvaldo Magalhães colocasse a mão aqui, esse nosso problema seria resolvido”, comemorou o extrativista Sebastião Bezerra.
Das 26 famílias que permanecem na área de ocupação, algumas possuem perfil de agricultores familiar e desejam expandir suas produções. Por este motivo o Incra está disponibilizando 15 lotes em Projetos de Assentamento para estas famílias.
“O Incra já se colocou a disposição para nos ajudar ofertando essas terras, mas quem vai decidir se vai para o Projeto do Incra ou se prefere permanecer na Floresta serão vocês mesmos, os moradores. Quem ficar vai ter que obedecer as regras de uma Floresta Pública”, alertou o secretário da Sedens, Edvaldo Magalhães.
Empolgados com o resultado da reunião e também ansiosos para receberem os benefícios que a Sedens disponibiliza para as famílias que residem na Floresta Estadual, os moradores aproveitaram a presença de Robertinho da Fetacre e elegeram por aclamação 12 pessoas, formando assim a Associação Amigos da Natureza da Floresta Estadual do Antimary.
Animado com o espírito de organização dos moradores, o secretário Edvaldo Magalhães atendendo um pedido da mais recente Associação, anunciou a abertura de 13 quilômetros de ramais para atender diretamente as 26 famílias que permanecem na área.
No final, o pastor Aurimar Rosa Campos, eleito presidente da Associação Amigos da Natureza, agradeceu Magalhães pela resolução do impasse que viviam. “Eu sei que é muito difícil lidar com gente, cada um tem uma história, um pensamento, um comportamento, e o senhor esteve aqui por várias vezes, ouvindo cada um de nós, sem discriminação, sem preconceito, nós só temos que agradecer”, confessou.
A Floresta Estadual do Antimary (FEA) está divida em duas partes. A primeira, está ocupada pelos antigos moradores (total de 53 famílias), que já algum tempo receberam permissão para continuar morando dentro da Floresta.
Na segunda parte estavam as 40 famílias que ocuparam a área em um período mais recente, e que por esse motivo ainda não possuem a permissão para permanecer no local. Para as 53 famílias de moradores mais antigos, a Sedens já abriu neste primeiro mês de verão 74 quilômetros de ramais. Garantindo escoamento de produção, acessibilidade e mais facilidade para os alunos chegarem até a escola.
Antes, os estudantes demoravam três, quatro horas para chegar até a escola, agora é questão de minutos para estar dentro da sala de aula, a Secretaria de Estado de Educação colocou um carro para fazer o transporte dos estudantes. O que somente foi possível depois que o ramal foi aberto.
Outra benfeitoria garantida pela Sedens, mas que já está em andamento é quanto ao programa de piscicultura. Durante a visita na tarde desta sexta-feira, 3, realizada pelo Secretario Edvaldo Magalhães, constatou-se que os primeiros tanques já começaram a ser feitos.