![O Madeira está, atualmente, mais de dois metros acima da cota máxima registrada, em 1997 (Foto: Sérgio Vale/Secom)](http://www.agencia.ac.gov.br/wp-content/uploads/2014/03/12699049395_1392464646_o-580x386.jpg)
Com a cheia do Rio Madeira, em Rondônia, o período da crise de fornecimento vivida pela população acreana já dura mais de 50 dias. Em 26 de fevereiro, o Estado declarou situação de emergência, por meio do decreto n° 7.093. Em seguida, o governo federal reconheceu o pedido e publicou a portaria n° 69, no dia 28 também do mês passado, no Diário Oficial da União (DOU), autorizando o empenho e a transferência de recursos para as ações executadas pela Defesa Civil local.
Em março entraram no estado, pela BR-364, apenas 605 veículos, munidos com 3,708 toneladas de alimentos, 1,3 milhões de litros de combustível, 177 toneladas de gás e 90 toneladas de cimento. Antes, a média chegava a 6,5 mil caminhões por mês
A estimativa da Secretaria da Fazenda (Sefaz) é de que as perdas para o Acre são de R$ 220 milhões, já que, entre outros motivos, houve queda na arrecadação de tributos, a exemplo do ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação). Como o número de cargas que alimentam o mercado diminuiu, o rendimento empresarial também sofreu o impacto e desencadeou uma série de agravos financeiros no setor.
Dados
![A lamina d'água sobre a BR chega a 1,70m (Foto: Gleilson Miranda/Secom)](http://www.agencia.ac.gov.br/wp-content/uploads/2014/03/Secom_Acre_GM240314023-215x300.jpg)
Hoje, a BR-364 apresenta oito trechos comprometidos, sendo o mais crítico em Mutum-Paraná, no distrito da cidade de Porto Velho. Entre dezembro de 2013 e fevereiro de 2014, o governo acreano registrou uma média de entrada de 6,5 mil caminhões por mês. Para ter uma dimensão da disparidade, o quantitativo para março foi de apenas 605 veículos, munidos com 3,708 toneladas de alimentos, 1,3 milhões de litros de combustível, 177 toneladas de gás e 90 toneladas de cimento.
Uma aeronave carrega entre 13 e 21 toneladas, enquanto uma carreta suporta até 41 toneladas
Como uma alternativa à via terrestre, a presidente Dilma Rousseff disponibilizou aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB). Até a última quinta-feira, 27, a instituição já havia realizado 70 voos para abastecer o estado, com 485,863 toneladas de itens de primeira necessidade – hortifrutigranjeiros, leite, ovos e trigo –, além de 75 toneladas de medicamentos e oxigênio para unidades de Tratamento Intensivo (UTI) hospitalar e domiciliar. Soma-se, ainda, o frete de outro avião, que trouxe mais 241 toneladas dos produtos já citados.
Em relação ao gás, as reservas estão asseguradas até o fim de abril. Mesmo com prejuízo de R$ 13 milhões, a Fogás articulou medidas, ainda no início da cheia do Rio Madeira, para não deixar a região desassistida, encaminhando três balsas para Rio Branco e uma para Cruzeiro do Sul, com um total de 1.720 toneladas. Há previsão, ainda, que mais uma embarcação entregue 450 toneladas no próximo dia 7.
Combustível
![Balsas-tanque garantem o abastecimento de combustível no estado. Ainda há a alternativa de importação do Peru (Foto: Val Fernandes/Secom)](http://www.agencia.ac.gov.br/wp-content/uploads/2014/03/MG_34612-580x386.jpg)
Por meio de nota oficial, a Petrobras informou que o fornecimento aos postos de combustíveis ligados à distribuidora está certificado, com o transporte da balsa-tanque que atracou em Porto Acre na última sexta-feira, 28: “A companhia colocou em operação um esquema especial que permite a transferência do produto (gasolina e diesel) para os caminhões-tanque durante todo o dia e também no fim de semana, garantindo, assim, a reposição dos combustíveis nos postos Petrobras”.
A empresa se refere a chegada de 2,4 milhões de litros de gasolina – capazes de abastecer 48 mil veículos populares (tanque de 50 litros). Destes, cerca de 400 mil litros já estão na capital desde o dia de sábado, 29. Além disso, mais 2,4 milhões de litros de diesel comum e S-10 foram transportados ao estado. A previsão é que o abastecimento seja normalizado ainda neste fim de semana.