Por Maciely Moura

O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Produção e Agronegócio (Sepa), está desenvolvendo o Pró-Calcário, um programa de recuperação da fertilidade dos solos acreanos, visando o aumento da produtividade da terra e aumento da produção e da renda por hectare.

Na primeira fase, estima-se que será possível alcançar mil pequenas propriedades, uma vez que a recuperação de solos degradados irá favorecer a expansão da cadeia produtiva e, com isso, fazer ingressar cerca de 10 mil hectares no programa de calcário nos solos.

Na primeira fase, estima-se que será possível alcançar mil pequenas propriedades Foto: cedida

“A princípio será feita a subvenção do frete do calcário para os produtores rurais com DAP (Declaração de Aptidão) ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e análise do solo, entre eles fruticultores, piscicultores, cafeicultores, mandiocultores, produtores de leite e outros para atender a demanda da agricultura familiar. Cada produtor poderá adquirir até 25 toneladas de calcário para aplicar no seu solo, isso vai contribuir para que a agricultura familiar seja fortalecida”, explicou o titular da pasta, Edivan Azevedo.

Será realizada a aplicação de calcário no solo (calagem), com o objetivo de diminuir a acidez que se apresenta como fator limitante da intensificação do uso. O calcário é fundamental para que a terra seja utilizada seguidamente e de modo diversificado, condicionando a absorção de outros nutrientes.

Cada produtor poderá adquirir até 25 toneladas de calcário para aplicar no seu solo, disse o secretário Edivan Azevedo Foto: Cedida.

O programa seleciona pequenos produtores aptos e assistidos pelos órgãos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) e em parceria com instituições como Embrapa, Emater, Cageacre, Senar, Sebrae e prefeituras, estabelece atribuições a cada uma, de modo que o agricultor selecionado se responsabilize pelo pagamento apenas do calcário, ficando as outras atividades, especialmente o frete, por conta do governo do Estado por meio da Sepa.

Não existindo calcário no Acre, apresentam-se como possibilidades os estados de Rondônia e Mato Grosso, ambos com forte tradição mineral, sendo variável a qualidade do produto em termos de capacidade de trocas iônicas no solo com fins agrícolas.

Estima-se que serão necessárias 20 mil toneladas do material, que deverão estar à disposição dos agricultores até maio de 2021. O preço do frete, é o principal inibidor do uso do insumo na agricultura acreana, com isso o governo estará subsidiando o frete e o produtor poderá ter acesso com mais facilidade.

O calcário tem dado esperança a trabalhadores rurais como José Costa, do Ramal Progresso, em Senador Guiomard, que se mostra muito mais otimista com o futuro de sua lavoura. “Estamos recebendo apoio técnico do pessoal da Sepa. Isso é fundamental, não tem como a gente dizer que o governo não está investindo. O governo está investindo, e muito. Está melhorando, e vai melhorar cada vez mais”, afirmou o produtor.