Em iminência de confirmação da maior seca da história, o governador Tião Viana assinou, durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira, 1, na Casa Civil, o decreto de situação de alerta do estado e anunciou medidas em decorrência do baixo nível do Rio Acre.
Prevendo um longo e rigoroso período de estiagem, o governo tem desenvolvido desde o início do ano o planejamento e a execução de ações preventivas. Entre as medidas adotadas, destaca-se a implantação da sala de situação, instalada na sede do Corpo de Bombeiros, em Rio Branco, que vai funcionar em período integral e reunir todos os órgãos de combate, controle e prevenção do desmatamento e queimadas, integrando instituições municipais, estadual e federal.
“Os grandes meios de comunicação já falam que esta não será uma seca restrita ao Acre, em decorrência do fenômeno El Niño. O Rio Acre está com nível mais baixo que em 2005, quando passamos por uma situação muito crítica. Vamos precisar estar unidos, governo e sociedade, para enfrentar este momento. Por isso, vamos atuar junto às prefeituras. Estarei visitando pessoalmente alguns ministérios e órgãos, como a Agência Nacional de Águas, para tratar dessa questão”, frisou o governador.
Plano de contingência
Segundo dados da Defesa Civil, o nível do Rio Acre atingiu a menor cota dos últimos 40 anos, para o início de julho, na manhã desta sexta-feira, com a marca de 1,92 metros. Para garantir o abastecimento de água na capital, o Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa) está desenvolvendo um plano de contingência visando enfrentar o período.
Ao todo, o governo investirá R$ 650 mil para que não falte água na capital, mesmo no auge do período de estiagem. “Para enfrentar julho e agosto, as primeiras medidas já foram tomadas. O governo já disponibilizou os primeiros recursos. Estamos mudando toda nossa captação de água para flutuantes, com bombas flutuantes, com o o intuito de mantermos a nossa produção em 80% de sua capacidade”, explicou o diretor-presidente do Depasa, Edvaldo Magalhães.
Queimadas e desmatamentos
Prevendo uma seca severa em todo o Estado, desde abril o governo tem desenvolvido e planejado ações, por meio da Comissão Estadual Gestão de Riscos Ambientais, para enfrentar este período. O Plano de Prevenção, Combate e Controle de Desmatamentos e Queimadas 2016 é o instrumento que norteia essa política.
“Temos mais de 40 órgãos envolvidos na promoção das ações do plano e estamos nos preparando para tudo. Não vamos admitir as queimadas, pois a baixa umidade do ar e as altas temperaturas nos revelam uma situação muito crítica”, enfatizou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Edegard de Deus.
O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Carlos Batista, alertou para o perigo das queimadas. “Os números de focos de calor aumentaram este ano, por isso faço um chamamento público para que as pessoas não queimem neste período, uma vez que as fumaças são altamente prejudicais à saúde.”
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