Extrativistas do Antimary discutem plano de gestão da cadeia da castanha

Comunidade discute prioridades para melhorar cadeia produtiva da castanha no Antimary (Foto: Leônidas Badaró)
Comunidade discute prioridades para melhorar cadeia produtiva da castanha no Antimary (Foto: Leônidas Badaró)

Produtores extrativistas da Floresta Estadual do Antimary se reuniram na quinta-feira, 30, com técnicos da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) para discutir os ajustes finais para implantação do plano de gestão da cadeia produtiva da castanha.

O encontrou envolveu 44 famílias. Na área de 47 mil hectares, anualmente são coletadas cerca de 20 mil latas de castanha. O produto se constitui na principal atividade econômica do local.

O plano de gestão faz parte do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Acre e é financiado em 80% pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Com os recursos, cerca de R$ 700 mil, os produtores decidem quais os investimentos devem ser feitos para melhorar a cadeia produtiva da castanha.

Os extrativistas do Antimary decidiram construir dois armazéns com capacidade total de 19 mil toneladas, adquirir dois micro tratores e um barco para escoamento da produção, além de animais de carga. “Esse plano nos permite conhecer e entender as necessidades reais da comunidade. Em função disso, os produtores decidem quais são os benefícios que vão receber”, explica Fernanda Basso, consultora do programa.

Garantia da comercialização

Outro diferencial da cadeia da castanha na comunidade é a garantia da comercialização. A Associação de Produtores Rurais Verdes Florestas, que representa os extrativistas do Antimary faz parte da Cooperacre. Com a parceria, além da garantia da compra da produção, o preço saltou nos últimos anos de sete para os atuais 34 reais pagos pela lata da castanha.

Produtor Manoel da Silva voltou a coletar castanha após os investimentos do governo do estado no Antimary (Foto: Leônidas Badaró)
Produtor Manoel da Silva voltou a coletar castanha após os investimentos do governo do estado no Antimary (Foto: Leônidas Badaró)

O extrativista Manoel da Silva é um bom exemplo do novo momento vivido pela comunidade. Após 12 anos sobrevivendo da coleta da castanha, afirma que já tinha desistido do trabalho. Com a organização dos produtores e os investimentos do governo ele comemora. “O meu saber é tirar o sustento da floresta. Então, estou muito feliz agora com a castanha”, afirma.

Segundo a coordenadora da cadeia produtiva da castanha na Seaprof, Diana Cristina Braga, o grande diferencial do plano de gestão é ampla participação da comunidade. “A gente constrói de acordo com as necessidades da comunidade. São várias oficinas para que eles apontem quais são as prioridades”, enfatiza.

Como a região da Floresta do Antimary tem um grande potencial de produção de castanha, já existe a previsão de um novo plano de gestão para beneficiar outros extrativistas.

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