Estado e União certificam educação profissional na Reserva Cazumbá

Governador falou da importância dos investimentos para a comunidade (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Promovendo qualidade de vida na floresta Amazônica, os governos do Estado do Acre e federal realizaram, nesta sexta-feira, 10, a conclusão e entrega de certificados de oito cursos técnicos pelo programa  Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) Bolsa Verde na Reserva Extrativista Cazumbá-Iracema, em Sena Madureira.

O governador Tião Viana, acompanhado do ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, e do presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ricardo Soavinski, entregou os certificados para 157 alunos.

A comunidade recebeu ainda 500 mudas de açaí e outras frutíferas, pelo programa Florestas Plantadas, e 50 caixas para criação de abelhas, ações do governo Estado que se somam aos R$ 500 mil investidos em cinco Planos de Desenvolvimento Comunitários (PDCs).

Os comunitários fizeram os cursos de fruticultor, operador de processamentos de frutas e hortaliças, administrador de empreendimentos florestais, agricultor orgânico, bem como nas áreas de meliponicultura e avicultor – ofertados gratuitamente pelos institutos Estadual de Desenvolvimento da Educação Profissional e Tecnológica Dom Moacyr Grechi (IDM) e Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre (Ifac).

Tião Viana e o ministro José Sarney Filho entregaram certificados para 157 alunos (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Essas intervenções, tanto na área de educação como na de produção rural e desenvolvimento social, reconhecem, por parte das instituições, o valor que as mais de 300 famílias têm no papel de preservação ambiental.

São mais de 750 mil hectares conservados e uma unidade importante nas políticas públicas de meio ambiente nacional.

“O que o Acre está mostrando, pelas suas comunidades, é que eliminamos a miséria rural. Agora precisamos avançar mais. Temos que constituir uma classe média nas áreas florestais, com o apoio de cada morador e das instituições como o Ministério do Meio Ambiente”, destacou Tião Viana.

O governador explicou ainda que a educação e a busca por uma fonte de renda estável são primordiais para o bom futuro dessa população das florestas. “A maior riqueza que um uma mãe, um pai e o Estado podem oferecer é a base do conhecimento”, argumentou.

Com um planejamento voltado para essa dialética, o governo do Acre tem diversas ações como o PDC, que investe cerca de R$ 100 mil em cada comunidade para desenvolver seu transporte, produção com a aquisição de equipamentos e máquinas agrícolas, implantação de roçados sustentáveis, aquisição de kits e construção de casas de farinha, utensílios para o corte da seringa, compra de barcos com motor para o escoamento da produção e reforma de armazéns já existentes na comunidade, para o correto armazenamento da produção de castanha. Na área da educação, além das ações com ensino técnico, o governo mantém 12 escolas dentro da Reserva.

Foram entregues 50 caixas para criação de abelhas, ações do governo Estado, que se somam aos R$ 500 mil reais investidos em cinco Planos de Desenvolvimento Comunitários (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Ao acompanhar o desenvolvimento sustentável que ocorre no Acre, o ministro José Sarney Filho está comprovando que o estado está no caminho certo. “O Acre está muito à frente na questão ambiental. Não é somente preservar a natureza, mas também a cultura. Aqui no Cazumbá-Iracema estamos vendo os jovens se desenvolverem. Será que eles estariam aqui se não fossem essas parcerias entre os governos para promover a qualidade de vida?”, perguntou o ministro.

Ele aproveitou o momento para lembrar o dever de o Brasil conter o desmate de suas florestas: “O desmatamento não se combate apenas com repressão, tem que criar as oportunidades para os moradores da floresta”.

“Após 15 anos de criação da Resex, aquilo que nem sonhamos está sendo realizado”, afirmou durante a solenidade a liderança comunitária e presidente da Associação dos Seringueiros do Seringal Cazumbá, Aldeci Maia, o Nenzinho.

Uma parte do sonho é a educação profissional chegar para tantos comunitários: “Os cursos do Pronatec abrem nossos os olhos, como fazer a gestão do nosso próprio negócio. E esse ato faz com que a comunidade se empenhe cada vez mais em busca de conhecimento.”

Com o conhecimento em mãos, os próximos passos são desenvolver técnicas que gerem renda para as famílias. “Um hectare de açaí gera R$ 15 mil por ano para uma família, o mesmo espaço para banana, que gera pelo menos R$ 11 mil por ano. Um litro de mel de abelha sem ferrão é vendido no Rio de Janeiro até por R$ 320. Assim, temos oportunidade de ter receita, e o Estado vem aqui estender a mão para o trabalho coletivo com a comunidade”, destacou Tião Viana.

A comunidade recebeu ainda 500 mudas de açaí e outras frutíferas, pelo programa Florestas Plantadas (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

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