A Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE) e o Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual Contra a Criança e o Adolescente realizaram nesta segunda-feira, 28, a segunda edição do seminário “Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes”.
O evento é alusivo ao Dia Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, 18 de maio, e pretende articular a criação de uma rede de assistência e ação entre Estado, instituições não governamentais e comunidade escolar para o enfrentamento aos crimes relacionados.
“Nós precisamos discutir esse tema no ambiente escolar e munir os gestores com informações sobre como identificar e encaminhar possíveis casos de violência. A orientação é de que gestores e professores nos procurem e nos informem sobre os casos”, disse Izis melo, coordenadora de Educação em Direitos Humanos, Cidadania e Diversidade da SEE.
Além do governo do Estado, o Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual Contra a Criança e o Adolescente é formado pela prefeitura de Rio Branco, Ministério Público Estadual (MPE) e Universidade Federal do Acre (Ufac).
Ivanete Rodrigues, membro do comitê, lembra que em 2017 o seminário debateu o papel da escola na intervenção, prevenção e enfrentamento à violência. “Esse segundo seminário atende às demandas encaminhadas pelos participantes do ano passado. Hoje nos vamos discutir os fluxos que devem ser adotados pelas escolas quando da identificação dos casos”, disse.
Os números no Acre
Rozilânia Redi, professora do curso de Saúde Coletiva da Ufac, apresentou dados de um estudo realizado por alunos e professores da instituição a respeito da violência e abuso no estado.
Os números apontam que mais de 60% dos registros dos casos de abuso aconteceram em Rio Branco, seguidos por Brasileia e Cruzeiro do Sul. Segundo Redi, isso é prova de que a rede tem se estabelecido como um mecanismo capaz de identificar e notificar de maneira mais qualificada as ocorrências.
“Isso nos desperta para a necessidade de fortalecer as políticas de combate em outros municípios também. A grande maioria dos casos de violência ocorre dentro das casas, 92%. A escola também figura entre esses espaços, daí a importância do trabalho desses agentes na identificação e notificação dos casos, pois esses profissionais também têm essa autonomia”, lembrou.