Vida serrana
Com a derrocada da economia seringalista, comunidades inteiras se formaram a partir da unidade de uma produção familiar que se utiliza dos rios do Alto Juruá – como o Azul e o Moa, além das dezenas de igarapés afluentes – como principal meio de transporte e fonte alimentar. É uma sociedade singular de preservação de valores e costumes.
Desde sua ocupação, o Acre chamou a atenção do mundo com a produção da borracha. Quase cem anos depois, Chico Mendes morreu em defesa da floresta e tornou-se símbolo mundial do ambientalismo. Nesse contexto, mistério e magia são a tônica da Serra do Moa, única região do Acre com um gentílico muito peculiar: "Sou serrana", diz a dona de casa Maria de Fátima ao estabelecer seu patrício.
Prato principal: pato da serra
Um dos pratos mais apreciados na serra é o cozido de pato, introduzido na região por ser uma ave rústica e resistente. As famílias se servem do pato geralmente com arroz de acompanhamento, mas valem também frutas da região, como a banana de fritar e pupunha. O universo serrano traz características que em alguns casos remontam aos tempos dos seringais. As roupas ainda são lavadas em trapiches na beira do rio e usa-se um sarrafo para bater e clareá-las, e as criações de pato e galinha caipira, vistas com grande freqüência desde a foz do rio Japiim, em Mâncio Lima, até o pé da serra, afirmam uma culinária diferenciada e saborosa – e, sem dúvida, altamente nutritiva porquanto composta de frutos como o açaí, a bacaba, pupunha e banana, está presente o ano inteiro.
No café-da-manhã, o tradicional pão de milho com ovos de galinha caipira, macaxeira cozida e banana.