Ficar em casa e registrar a biodiversidade do seu quintal. Essa é a proposta da edição 2020 do Desafio da Natureza Urbana, que ocorre de 24 a 27 de abril. Por conta da pandemia da Covid-19, os organizadores do evento retiraram o caráter competitivo e estão estimulando a criatividade para que as pessoas fotografem e postem as informações sobre animais e plantas no site www.inaturalist.org.
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, apoia a atividade em Rio Branco. De acordo com o professor da Universidade Federal do Acre (Ufac) e um dos divulgadores da ação no Acre, Marcos Silveira, no passado a ação de campo na Área de Proteção Ambiental (APA) Lago do Amapá ficou entre os destaques de registros.
Este ano, respeitando o decreto de isolamento social, a ideia é ficar em casa e mergulhar no universo do quintal. “A sugestão é que as pessoas utilizem frutas e iscas para atrair pássaros e outros animais, confeccionem poleiros, armadilhas para insetos, escavem o solo dos quintais, enfim, são diversas possibilidades”, lembrou Marcos.
A gestora da APA Lago do Amapá, Mirna Caniso, reforçou que a interação com a natureza é possível, salutar e recomendada para a saúde humana. “A partir dos quintais e janelas pode-se olhar com mais atenção para o que está ao nosso redor, como plantas, árvores e palmeiras com flores e frutos, pássaros, besouros, borboletas, insetos, cogumelos, formigas, aranhas, dentre outros”, disse.
Animais domésticos como gatos e cachorros não devem ser registrados para o desafio.
Inaturalist
O Inaturalist é um projeto científico e cidadão, similar a uma rede social que concentra imagens e dados de biodiversidade em uma plataforma on-line, aproximando naturalistas e cientistas do mundo todo, com o objetivo de construir e mapear a biodiversidade em escala global. No Brasil são quase 300 mil observações, 18 mil espécies e 11.718 observadores, e no mundo, 35 milhões de observações, 271 mil espécies registradas e quase 1 milhão de usuários.
Marcos destacou que, em março de 2019, a cidade de Rio Branco possuía 4466 observações, 1266 espécies documentadas e 31 observadores. “Agora temos mais que o dobro de observações (9799), 42% mais espécies (1801) e um aumento de 66% no número de observadores (98). Em todo o Acre são 16.513 observações, 2.723 espécies e 147 observadores. Mais da metade das observações feitas no Acre são da capital e 66% das espécies registradas no estado foram observadas em Rio Branco”, disse.
Quatro usuários acreanos com mais de mil observações concentram quase 75% do total registrado no estado, três deles estão entre os 15 observadores com maior volume de registros no Brasil.