Conquistas são comemoradas no Dia Nacional do Surdo

Reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais como forma legal de comunicação é uma das conquistas (Foto: Astorige Carneiro)
Reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais como forma legal de comunicação é uma das conquistas (Foto: Astorige Carneiro)

Prezando pela inclusão e pelo respeito às diferenças, é lembrado neste sábado, 26, em todo o país, o Dia Nacional do Surdo. Graças aos esforços de vários profissionais, são celebradas nesta data as conquistas para o apoio e a integração social dos surdos.

Entre as principais conquistas, estão as vitórias legais, que contam com três importantes leis dos últimos 13 anos: a lei nº 10.436 (2002), que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como forma legal de comunicação; a lei nº 5.626 (2005), que exige o cumprimento da educação bilíngue (Libras e língua portuguesa na modalidade escrita); e a nº 12.319 (2010), que regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete de Libras.

No Acre, são trabalhadas desde a década de 80 as atividades públicas envolvendo a comunidade surda, principalmente na área educacional, que ganha mais destaque nos anos 2000 com a criação do Centro de Apoio ao Surdo (CAS) e do Centro de Interpretação de Libras (CIL).

Centro de Apoio

Criado em 2005, o CAS contava inicialmente om apenas três intérpretes. Hoje, são mais de cem educadores atuando como intérpretes profissionais no Estado, auxiliando cerca de 180 alunos surdos integrados à rede pública de ensino em 48 escolas.

Também são ofertados pelo Centro os cursos de formação dos intérpretes e os cursos de Libras para ouvintes, essenciais no estímulo ao acesso comunicacional.

Cursos de Libras também são ofertados para ouvintes (Foto: Astorige Carneiro)
Cursos de Libras também são ofertados para ouvintes (Foto: Astorige Carneiro)

Contribuem também para uma sociedade mais comunicativa as professoras surdas Josiane Batista e Sayonnara Marreiro. Ambas são educadoras pós-graduadas em Tradução e Interpretação de Libras, e trabalham, respectivamente, com os níveis básico e intermediário do ensino da Libras para ouvintes.

“O contato com os intérpretes foi muito importante para nosso desenvolvimento pessoal e profissional. Quando descobrimos a existência da Libras, um novo leque de possibilidades se abriu para nosso futuro. Percebemos que podíamos, sim, nos comunicar e ter um papel ativo na sociedade”, disseram as professoras.

Entre a equipe de intérpretes, está Lindomar Torres, parte do primeiro trio de intérpretes estaduais, com mais de dez anos de experiência na área educacional. “De fato, as melhoras são indiscutíveis. Entretanto, sempre deve-se trabalhar com o estímulo da educação bilíngue, essencial para que, desde cedo, o surdo possa começar a se expressar e iniciar sua vida educacional e profissional”, disse.

“Além do apoio da Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE), também possuímos parcerias com Instituto Federal do Acre (Ifac) e Serviço Social do Comércio (Sesc), que fortalecem ainda mais nossos recursos para atender os educadores que buscam aprender e ensinar Libras na capital”, explicou Socorro Oliveira, coordenadora do CAS.

O CIL trabalha com diversas solicitações da comunidade (Foto: Astorige Carneiro)
O CIL trabalha com diversas solicitações da comunidade (Foto: Astorige Carneiro)

Centro de Interpretação

Inaugurado em 2014, o CIL foi criado a partir do trabalho inclusivo realizado pela Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência (SNPD), que garante o acesso irrestrito das pessoas surdas aos serviços públicos, com atendimento presencial e on-line.

Também é possível, quando necessário, fazer um agendamento no Centro para que o intérprete compareça ao local onde se faz necessária a interpretação via Libras. Reinoldo Lima de Mendonça, coordenador do Centro de Interpretação, enfatiza que o trabalho social envolvendo os surdos melhorou significativamente nos últimos dez anos.

“É um orgulho ser parte de uma ação que ajuda tantas pessoas em nossa comunidade. Com todas as conquistas alcançadas, agora temos que sempre buscar o avanço e resistir ao retrocesso”, afirmou.

Equipe do Centro de Apoio ao Surdo (CAS) (Foto: Astorige Carneiro)
Equipe do Centro de Apoio ao Surdo (CAS) (Foto: Astorige Carneiro)

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