Cinco anos após o terremoto no Haiti, ajuda humanitária continua no Acre

Por determinação do governador Tião Viana, Estado oferece ajuda humanitária aos imigrantes (Foto: Sérgio Vale/Secom)
Por determinação do governador Tião Viana, Estado oferece acolhida aos imigrantes (Foto: Sérgio Vale/Secom)

“No dia em que aconteceu o terremoto eu estava dormindo, acordei assustado e vi que uma parte da minha casa tinha desabado. Por sorte, ninguém da minha família morreu, mas perdi muitos amigos e conhecidos nessa tragédia”, relembrou o haitiano Esdras Hector que chegou ao Acre em abril de 2011.

Nesta segunda-feira, 12, completa cinco anos do terremoto que agravou ainda mais os problemas sociais do Haiti, causando milhares de mortes, inclusive de alguns brasileiros que eram soldados da força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no país.

“Um ano depois do terremoto um dos meus irmãos teve a ideia de me mandar para o Brasil. Ele acreditava que o Brasil seria melhor para fazer uma vida nova, assim eu iria poder ajudar a minha família”, contou Esdras Hector.

Esdras foi acolhido no abrigo de Brasiléia. Depois para Rio Branco, onde passou alguns meses até conseguir emprego em Mato Grosso, onde continua trabalhando.

“Eles não vem para o Brasil para ficar no Acre, aqui é apenas porta de entrada para o país”, ressaltou o secretário de Direitos Humanos, Nilson Mourão, sobre a chegada dos imigrantes no Estado.

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Esdras Hector, um dos primeiros imigrantes haitianos a chegar ao país pelas fronteiras do Acre (Foto: Assessoria Sejudh)

Abrigos dos imigrantes

Desde dezembro de 2010, quando os haitianos começaram a chegar pelas fronteiras do Acre com o Peru e a Bolívia, o governador Tião Viana ordenou que fosse oferecida ajuda humanitária, garantindo abrigo, três refeições diárias, assistência à saúde com vacinas e medicamentos, além do auxílio em toda a documentação para a legalização no país.

O primeiro abrigo funcionou em um hotel em Brasileia, sendo transferido em fevereiro de 2012 para uma casa no mesmo município. Por último, foi organizado um novo alojamento, em abril de 2012, que funcionou por mais dois anos.

Em abril do ano passado, o governo transferiu o abrigo de Brasileia para Rio Branco, onde funcionou no Parque de Exposições Marechal Castelo Branco até junho de 2014, momento em que mudou novamente para a Chácara Aliança, Estrada Irineu Serra, quilômetro 1, bairro Tancredo Neves, local que continua como abrigo atualmente.

Durante esses cinco anos, mais de 30 mil imigrantes, de várias nacionalidades, já passaram pelo estado. Atualmente, há cerca de 200, sendo que 20 a 60 imigrantes chegam diariamente no abrigo, dentre eles há homens, mulheres e crianças. Os imigrantes haitianos sempre são a maioria.

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