Automedicação: risco à vida e ao bem-estar

(“Passei muito mal e demorei mais de um mês para recuperar meus sentidos, completamente”, contou a jornalista Cely que se automedicou (Foto: Luciano Pontes/Secom)
(“Passei muito mal e demorei mais de um mês para recuperar meus sentidos, completamente”, contou a jornalista Cely que se automedicou (Foto: Luciano Pontes/Secom)

A estudante de jornalismo, Cely Gomes, fez um tratamento médico por seis anos. Um dos remédios prescritos pelo médico era um tipo de ansiolítico, tarja preta, para que a paciente conseguisse dormir melhor. Ela decidiu dobrar a dosagem do remédio, e o resultado foi dos piores.

“Estava muito ansiosa e nervosa, e pensei que dobrando a quantidade do remédio, dormiria melhor. Passei muito mal, tive que ser levada às pressas para o Pronto Socorro e fiquei alguns dias internada e demorei mais de um mês para recobrar meus sentidos”, contou.

O caso de Cely, felizmente, foi reversível e ela conseguiu se recuperar, mas há casos de automedicação muito mais graves, que exigem até intervenção cirúrgica. Foi o caso da funcionária pública, W.Q, que não deseja ter a identidade revelada.

“Eu ouvi falar que ácido fólico fortalecia o útero e queria muito engravidar. Uma colega estava tomando e conseguiu. Achei que comigo também funcionaria”, explicou.

O uso incorreto do medicamento fez com que W.Q adquirisse uma catarata precoce, que foi rapidamente diagnosticada e será corrigida com uma cirurgia, mas segundo ela, ainda assim deixará sequelas. “Meu médico me explicou que mesmo com a cirurgia terei que usar óculos para poder enxergar melhor”, disse.

O médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Geraldo Carvalho, explica que o mais comum na prática da automedicação é uso indevido de anti-inflamatórios.

“Muitas pessoas tomam anti-inflamatório, desmedidamente, o que pode causar até uma úlcera perfurada, problema que exige intervenção cirúrgica. Por isso, eu faço um alerta à população que diante de qualquer sintoma, mesmo que ele seja corriqueiro, busque orientação médica para o uso de medicamentos”, ressaltou.

Decreto tem o objetivo de conscientizar a população e os comerciantes de medicamentos também (Foto: Luciano Pontes/Secom)
Decreto tem o objetivo de conscientizar a população e os comerciantes de medicamentos também (Foto: Luciano Pontes/Secom)

Para diminuir o número de casos de automedicação e alertar sobre os perigos, o governo do Estado divulgou no Diário Oficial de quinta-feira, 15, o decreto que institui a “Semana de Conscientização e Combate à Automedicação”, que tem o objetivo de orientar a população sobre os perigos da automedicação e conscientizar os comerciantes sobre a atuação deles para a redução da prática.

De acordo com a publicação a quarta semana do mês de junho foi escolhida para a realização das programações em torno da data.

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