Transplante de medula: um ato que salva vidas

Bolsas que chegam para pré-estoque só podem ser liberadas após triagem de segurança do sangue coletado (Foto: Diego Gurgel/Secom)
Bolsas que chegam para pré-estoque só podem ser liberadas após triagem de segurança do sangue coletado (Foto: Diego Gurgel/Secom)

Um transplante de medula óssea pode ser a única alternativa a pessoas com algum tipo de leucemia, linfoma, osteoporose ou anemia grave. O procedimento capaz de salvar vidas precisa superar diversos obstáculos. Sem dúvidas, o principal é a compatibilidade genética. O segundo: a falta de informação associada a mitos.

A maior probabilidade de um paciente encontrar alguém compatível é dentro da própria família. Entre irmãos, 25% de chances. Depois, essa porcentagem só reduz. Mas a busca entre não parentes pode ser uma solução. E qualquer um pode oferecer informações genéticas para o banco de dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), que realiza a procura de compatibilidade genética de pacientes e doadores de todo o país.

Para se cadastrar no banco de dados dos doadores de medula óssea, basta coletar 5 ml de sangue e se cadastrar no Hemoacre. (Foto: Diego Gurgel/Secom)
Para ser doador de medula óssea, basta coletar 5 ml de sangue e se cadastrar no Hemoacre (Foto: Diego Gurgel/Secom)

Para se cadastrar no Inca, são necessários apenas 5 ml de sangue. O interessado em doar precisa ter entre 18 e 55 anos de idade, comparecer ao Hemoacre munido de RG, CPF e carteira do SUS. A amostra de sangue então será enviada ao banco de dados genéticos do Inca, para caso encontre alguém compatível, seja feito transplante.

Desde 2009, só 650 pessoas se cadastraram para doação de medula óssea. E apenas três chegaram à triagem de compatibilidade genética. “O problema é que a procura para doação de medula é baixíssima. Se tivermos um maior número de pessoas possíveis cadastradas, é mais provável encontrar doadores”, afirma Marlice Aquino, coordenadora do Hemoacre.

Um exemplo a ser seguido

Érica de Souza, estudante de técnica em enfermagem, mesmo ainda sendo muito jovem, é um exemplo de vida. Ela é uma das poucas pessoas inscritas no banco de doadores de medula óssea. Além disso, Érica doa sangue com frequência. “Assim que completei 18 anos comecei a doar. É um ato de amor ao próximo salvar vidas. Sempre que venho eu trago alguém comigo. Espero alguém ligar para ver se eu sou compatível para doar medula. E futuramente também vou ser doadora de órgãos”, afirmou a jovem.

Érica de Souza, doadora de medula, espera ser compatível com um paciente e assim ajudar a salvar uma vida. (Foto: Diego Gurgel/Secom)
Érica de Souza, doadora de medula, espera ser compatível com um paciente e assim ajudar a salvar uma vida (Foto: Diego Gurgel/Secom)

O Ministério da Saúde custeia toda a viagem do doador de medula e de um acompanhante até o Inca. O procedimento necessita de internação para conferir segurança, mas não tem cortes nem pontos. “A medula é coletada com agulha e seringa, sem causar trauma ao doador, como uma coleta de sangue. Pra quem recebe, vale cinco litros de sangue. Isso é fundamental porque o transplante vai estimular a medula que está parada, a produzir novos glóbulos”, Marlice Aquino, coordenadora do Hemoacre.

“Quem puder venha doar, muitas pessoas precisam. Saber que você vai salvar uma vida é muito importante. É uma gratificação que não tem preço”, disse Érica de Souza.

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