A vida pede atenção

No terceiro domingo do mês de novembro é celebrado, em todo o mundo, o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trânsito. Em 2019, esta data será lembrada dia 17 de novembro.

A data foi criada em 1993 no Reino Unido pela instituição RoadPeace, com a proposta de convidar a sociedade a refletir e discutir ações que possam diminuir o número assustador de mortes e feridos no trânsito.

Segundo levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), são 3 mil vidas perdidas por dia nas estradas e ruas. Esta é a nona maior causa de mortes no mundo. O Brasil ocupa a 4ª posição com o maior número de mortes, ficando atrás somente da China, Índia e Nigéria, de acordo com Instituto Avante Brasil.

O grupo mais afetado com essa mortalidade precoce são os motociclistas, pois, 75% dos seguros por acidentes de trânsito por morte e invalidez permanentes, pagos em 2018 pelo Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT), foram para acidentes envolvendo motociclistas, sendo a maioria do sexo masculino.

De acordo com o Observatório Nacional de Segurança Viária, estima-se que 90% dos acidentes de trânsito sejam causados pela falha humana e imprudência. A violência no trânsito mata tanto os jovens quanto a violência urbana.

As catástrofes nas vias brasileiras já deixaram mais de 1,6 milhão de feridos nos últimos dez anos, ao custo de quase R$ 3 bilhões para o Sistema Único de Saúde (SUS), segundo levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Com o passar dos anos, as leis de crimes de trânsito têm se endurecido para punir o motorista imprudente, porém, não têm sido suficientes para reduzir os índices de mortes.

A mudança no comportamento e na cultura de cada cidadão precisa acontecer para que mais pessoas não sejam vítimas desta trágica estatística. E o caminho para esta mudança está na educação para o trânsito.

A sociedade civil e o poder público precisam se unir em prol desta grave problemática no país. A educação para o trânsito é uma via de mão dupla, o motorista também precisa fazer a sua parte e adotar posturas corretas, obedecendo às regras e leis de trânsito.

Até quando famílias serão subtraídas, filhos ficarão órfãos e pais sem seus filhos pela falta de humanidade no trânsito?

A responsabilidade pela mudança no trânsito não é apenas do poder público. A transformação social, cultural e comportamental deve partir de cada cidadão.  No trânsito, a vida pede atenção!

Andréia Nobre

Graduada em Comunicação Social/ Jornalismo pela Universidade Federal do Acre, Pós-Graduada em Planejamento e Gestão no Trânsito, Marketing Digital e Administração Pública, atualmente é assessora chefe de comunicação do Detran Acre.

Com a colaboração de Ana Flávia Soares.

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter