Governador Binho Marques vai se reunir com dirigentes nacionais da Funasa para discutir a situação dos agentes que combatiam a malária no Acre
O Governo do Acre, através da Secretaria de Estado de Saúde, acatou todas as recomendações da Procuradoria Geral da República feitas em setembro do ano passado em atenção aos guardas de endemias da antiga Sucam (atual Fundação Nacional de Saúde) que alegam portar problemas de saúde decorrentes da exposição ao DDT, inseticida que no passado foi utilizado no combate à malária. A comissão dos ex-guardas reconhece o acompanhamento feito pela secretaria de saúde. "O Estado tem prestado toda assistência e estamos gratos por isto", disse Aldo Moura, presidente da Comissão DDT e a Luta Pela Vida, que representa as vítimas.
Nesta quarta-feira, 18, chegou o primeiro lote de 22 dos 200 exames coletados pelo governo do Estado e realizados no Instituto Evandro Chagas, de Belém (PA). Os resultados serão apresentados e analisados a partir do dia três de março por uma equipe de especialistas da Fundhacre. O secretário de saúde, Osvaldo Leal, se reuniu nesta quinta-feira, 19, com a comissão dos ex-guardas da antiga Sucam e garantiu que todos os procedimentos poderão ser acompanhados por eles que também podem ajudar a definir as medidas que serão adotadas. "O secretário de Saúde, Osvaldo Leal sempre foi sensível e aberto ao diálogo, atendeu a gente nos momentos mais difíceis", afirmou Aldo durante a reunião.
Também nesta quinta-feira o governador Binho Marques conversou por telefone com a presidência da Funasa e agendou uma reunião com dirigentes da instituição para discutir as próximas ações que serão realizadas com base nas informações desses primeiros resultados.
Outra ação realizada pelo Governo do Estado é a coleta de amostras para exames de todos os homens que trabalharam no combate à malária no Acre entre 1968 e 1995. No total são 380 pessoas. A próxima etapa vai acontecer no Vale do Juruá.
O objetivo da comissão, segundo ele, é garantir primeiramente tratamento de saúde para todas as vítimas. "A medida em que cada exame for analisado, será iniciado o tratamento inclusive para causas não associadas ao DDT", disse Leal que também anunciou que está sendo criado um ambulatório especializado para atender as pessoas que foram expostas ao Inseticida. "Toda terça-feira pela manhã, a partir do dia 03 de março, eles terão atendimento prioritário em um dos ambulatórios da Fundhacre", afirmou.
DDT é a sigla de diclorodifeniltricloretano, inseticida que foi largamente utilizado no combate ao mosquito anopheles, transmissor da malária, durante décadas no Brasil, especialmente nos Estados da Amazônia.