Em evento paralelo à COP 26, o Estado do Acre assinou um novo Memorando de Entendimento (MoU) com o Climate Group, uma organização internacional sem fins lucrativos fundada em 2003, com escritórios em Londres, Nova York e Nova Delhi.
O Acre foi o primeiro estado da Amazônia Legal a se tornar membro do Under 2. Em maio de 2015, foi criada a Coligação Under2, uma rede de Estados e regiões comprometidos com ações climáticas ambiciosas, para a qual o Climate Group atua como secretaria.
Representando o governador Gladson Cameli na ocasião, o secretário de Estado do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas, Israel Milani, assinou o MoU ao lado do diretor da Coalizão Under 2, Tim Ash Vie. Israel falou para centenas de participantes sobre as oportunidades de negócios sustentáveis e sobre o potencial do Acre, que une conservação ambiental e desenvolvimento econômico.
De acordo com o secretário, a assinatura do documento renova o compromisso do Acre com a redução das emissões de gases de efeito estufa até 2050. “O documento foi reelaborado dentro de metas possíveis, ou seja, um acordo internacional com grandes chances de sucesso, visto que o Acre tem enorme potencial”.
A próxima etapa é a apresentação de projetos que possam alavancar o desenvolvimento sustentável e colocar em prática especialmente o eixo da sociobiodiversidade do Sistema de Serviços Ambientais do Acre (Sisa).
Para Nesia Moreno, assessora técnica da presidência e coordenadora do Programa REM pelo Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), a agenda é uma oportunidade para que os governos sejam ouvidos sobre as mudanças climáticas. “Trata-se de uma oportunidade única, não apenas para compartilhamento do conhecimento e experiências em primeira mão, mas também para mostrar as leis e políticas que os governos têm implementado, e desafiar a comunidade internacional a desempenhar o seu papel”.
Representando também o Acre, participou da cerimônia a diretora técnica da Secretaria de Estado da Casa Civil, Aline Albuquerque.
O delegado do Under 2, Charles Henderson disse que a assinatura do MoU é uma oportunidade excelente para o Acre. “Temos três desafios principais na transição para uma economia de carbono zero. O primeiro é agregar valor à economia da floresta e aos sistemas agroflorestais, ou seja, desenvolver a bioeconomia; o segundo é diminuir o impacto ambiental das atividades agrícolas e agropecuárias, incentivando o aumento da produtividade e a restauração de áreas degradadas; e o terceiro é o resultado dessas duas iniciativas, ou seja, controlar a expansão do desmatamento”.