Uma equipe internacional de pesquisadores do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), da Universidade de Warwick (Inglaterra), da Universidade de Heidelberg (Alemanha) e da Fundação Getúlio Vargas estiveram durante esta semana no Acre para avaliar os resultados iniciais dos projetos Dados à prova d’água e MAP-Fire. Estes projetos foram apresentados em junho, durante os eventos do Mês do Meio Ambiente.
O secretário de Estado de Meio Ambiente, Israel Milani, disse que os projetos estão alinhados com os interesses da Sema. “Considero importante a pesquisa, pois ela pode contribuir de forma efetiva nas ações e percepções da comunidade sobre os eventos extremos”, falou. Dentro da programação, os pesquisadores visitaram o Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), coordenado pela Sema.
Os pesquisadores também realizaram encontros com a equipe da Secretaria Estadual de Educação (SEE) em três escolas estaduais, além da Secretaria Municipal de Saúde. Atuando em várias áreas do conhecimento, eles apresentaram resultados e lições aprendidas a partir do piloto sobre mapeamento de risco de inundações realizado no município de Rio Branco, em junho de 2019. Entre os resultados estão a produção de material audiovisual a partir das rodas de conversa sobre memórias de inundações. Foram construídos mapas de percepção de riscos na região, que visam oferecer subsídios comparativos a mapas oficiais.
Com relação às lições aprendidas, os pesquisadores deram destaque à importância do planejamento conjunto, a flexibilidade das atividades de pesquisa para possibilitar a adequação a demandas institucionais e comunitárias e a necessidade de envolver voluntários e articuladores chave no trabalho.
Para Fernanda Lima e Mário Martins, pesquisadores associados ao projeto, o trabalho durante essa semana permitiu traçar um cronograma efetivo para as atividades que serão realizadas no próximo ano do projeto.
João Porto de Albuquerque da Universidade de Warwick e coordenador geral do projeto enfatizou a importância da colaboração entre a equipe multidisciplinar do projeto e atores de organizações locais e comunidades para a produção conjunta de conhecimentos que possam contribuir para melhorar a resiliência a alagamentos. A pesquisadora Maria Alexandra Cunha, da Fundação Getúlio Vargas, complementou que esse projeto poderá contribuir para a melhoria da gestão pública através de novos dados e tecnologias.
Para a pesquisadora Liana Anderson do Cemaden, colaboradora do projeto e que também lidera o projeto MAP-FIRE, encontrar as sinergias entre os dois projetos e alinhar as ações de forma coordenada irá não somente maximizar o uso dos recursos mas também potencializar os resultados de ambos para fins de pesquisa e de entrega para sociedade.
“Os temas abordados nos dois projetos são parte do ciclo anual da vida das populações desta região, hora com os alagamentos durante a estação chuvosa, hora com as queimadas e incêndios florestais durante a estação seca”, explicou a pesquisadora.
Durante o mês de setembro deste ano o projeto MAP-Fire fez a entrega de uma plataforma on-line de livre acesso para monitoramento de queimadas e incêndios florestais na região MAP. A Plataforma pode ser acessada pelo seguinte link:
http://www.terrama2.dpi.inpe.br/acre/monitor/
E um tutorial pode ser acessado por este link:
https://www.treeslab.org/products.html
Mais informações sobre os projetos podem ser acessadas através dos links: https://warwick.ac.uk/fac/cross_fac/cim/research/waterproofing-data/ e https://www.treeslab.org/map-fire.html
Campanha #AprenderParaPrevenir
Com o intuito de mobilizar as comunidades escolares e incentivá-las a refletir sobre a temática emergencial das sociedades contemporâneas: os desastres socioambientais, o Cemaden lançou a 4ª edição da campanha #AprenderParaPrevenir. Voltada às escolas de educação básica, defesas civis, universidades e institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia, as inscrições podem ser realizadas até o dia 31 de outubro.
Este ano, o tema da campanha é “Reduzindo o risco de desastres: ações educativas em tempos de mudanças climáticas”. Rachel Trajber, pesquisadora do Cemaden, que coordena o programa Cemaden Educação, relata que a proposta é aumentar a percepção de riscos de desastres socioambientais, em especial nas áreas mais vulneráveis do país e com o aumento de eventos extremos devido às mudanças no clima do planeta.
Para participar, é fácil! É preciso elaborar um relato da ação ou projeto educativo e depois realizar a inscrição pelo site da campanha. A iniciativa tem perfil educacional e vai distribuir pluviômetros semiautomáticos, kits educativos e estações meteorológicas didáticas. A campanha #AprenderParaPrevenir acontece desde 2016 em referência ao Dia Internacional da Redução de Desastres Naturais. Informações e/ou dúvidas: campanha.cemaden@gmail.com.