Delegação acreana discute políticas ambientais na 3ª Conferência Nacional de Meio Ambiente

A partir das discussões que começam nos municípios, depois nos estados, é construída a Conferência Nacional de Meio Ambiente, que este ano está em sua terceira edição. Através da construção dos encontros de representantes de órgãos, instituições e sociedade civil organizada, o fruto mais importante do trabalho é a forma como ele é feito, ou seja, coletivamente, segundo a ministra de Meio Ambiente, Marina Silva.

binho_marques_900.jpg Mais notável ainda, é quando as propostas saem das rodas de discussões e se transformam em práticas, e segundo o secretário de Estado de Meio Ambiente do Acre, Eufran Amaral, o Acre tem o que comemorar.  Afinal, um dos principais resultados de trabalho de sua política ambiental é o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), que também apostou em um processo participativo com a comunidade. De acordo com o governador Binho Marques, o ZEE do Acre é uma das ações que demonstra a ação forte do Governo do Estado em sua política ambiental.

O superintende do Instituo Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Acre, Anselmo Forneck, o ZEE do Estado é o mais completo e participativo do país. Entre os resultados que ele atribui como vitórias a partir da conferência está a implementação das Unidades de Conservação, e o funcionamento do Tripartite (Brasil-Peru-Bolívia) no Acre.

O Estado participa com 28 delegados, mais quatro delegados natos participam da 3ª Conferência. Nela, o secretário de Meio Ambiente destaca como principais pontos de discussão trazidas do Acre é em relação ao reflorestamento. "O Acre discutia o desmatamento e a queimada, hoje conseguimos avanços no controle, por isso, estamos discutindo um outro processo, que é o de reflorestar e gerar atividades nas áreas degradadas", comenta Eufran.

Para quem participa de todas as conferências, a oportunidade de ser ouvido. O presidente da Associação do Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas no Acre, Josias Kaxianawa, 26, diz que a experiência só melhora o esclarecimento de seu povo quanto ao que podem realizar para melhorar o modo de vida. "As conferências também são trocas de conhecimento. Proteção de safra, cadeia alimentar, são assuntos que hoje fazem parte do dia-a-dia de meu povo. Discutimos problema para encontrar respostas para eles, soluções", comenta.

Do jovem ao mais velho, do homem da cidade ao homem do campo, a conferência também simboliza a união de conhecimentos. Antonio de Paula, 80, fez questão de participar das conferências municipal, estadual e nacional. "A partir delas conseguimos clarear nossas idéias, aprender com as opiniões dos outros. Conseguimos achar compreensão nos saberes do nosso povo, com o saber acadêmico", diz.

A 3ª Conferência Nacional de Meio Ambiente começou no último dia 6 e encerra neste sábado, 10, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

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