O maior projeto habitacional da história do Acre, que já virou referência nacional, e que significa um investimento de R$ 1,1 bilhão foi o principal assunto abordado pelo jornalista Alan Rick Miranda ao governador Tião Viana. A Cidade do Povo, que teve a ordem de serviço para as primeiras edificações assinada no início desta semana, dominou todo o primeiro bloco do programa.
A Cidade do Povo é o primeiro bairro totalmente planejado do Acre e a população que vai abrigar – entre 50 e 60 mil pessoas – só será menor que a da capital e de Cruzeiro do Sul. Nela terão todos os serviços necessários e a infraestrutura ideal: ruas arborizadas, ciclovias, calçadas, áreas de lazer, comércio, áreas residenciais, escolas, postos de saúde – além de uma Unidade de Pronto Atendimento porte II (UPA), creches, unidades de educação profissional e muito mais.
As casas da Cidade do Povo serão destinadas a públicos de varias faixas salariais, inclusive os da faixa zero, formado principalmente por moradores de áreas de risco e alagadiças, que foram atingidos pela última alagação do Rio Acre. As inscrições para pleitear um imóvel ainda não foram abertas e vão obedecer a uma série de critérios que estão sendo definidos, entre eles não possuir casa própria, ser cadastrado no Cadúnico, atender às faixas salariais. Idosos e deficientes terão atenção especial.
Perguntado se o projeto da Cidade do Povo é a “menina dos olhos”, o governador Tião Viana disse que é um projeto inovador, ousado e que recebeu a aprovação da presidenta Dilma Rousseff. “Mas o meu compromisso com a saúde é grande por todas as características humanas. Agora, a Cidade do Povo é um projeto que alegra o meu coração. Serão mais de 50 mil pessoas num ambiente com qualidade de vida”, comentou.
“Não haverá ‘jeitinho’ para conseguir uma casa”
O governador também explicou como pretende evitar o que o apresentador Alan Rick chamou de “indústria da invasão”, impedindo que os beneficiários vendam os imóveis adquiridos e voltem para as áreas de invasão ou impróprias para moradia. “Para isso vamos usar a força do Estado. Vamos tirar aqueles moradores de áreas de risco, de locais que são atingidos pelas enchentes como o Papouco, o Beco do Airton Sena, a Baixada da Habitasa de uma forma definitiva. Essas áreas serão transformadas em parques ambientais e áreas de proteção, pois não têm condições de habitabilidade. Já pedimos ajuda do Ministério Público, Tribunal de Justiça”, comentou.
O governador também deixou claro que não haverá “jeitinho” pra conseguir uma casa na Cidade do Povo. “Se alguém conseguir driblar os critérios e for beneficiado tenha certeza que assim que recebermos a denúncia ou tomarmos conhecimento da ilegalidade as providências serão tomadas”, ressaltou Viana.
Já as empresas que tiverem interesse em se instalar nas áreas comerciais da Cidade do Povo devem procurar a Secretaria de Habitação para verificar os critérios necessários.
O Acre também participa da discussão dos royalties na outra ponta da história. Os estudos já confirmaram a presença de gás natural e a localização no território acreano. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) está concluindo os estudos para licitar a prospecção e exploração. “E não teremos problemas em partilhar isso”, garantiu o governador.
Segurança em pauta
A questão da segurança também foi pauta na entrevista, que falou de política, de valores éticos, de democracia. “As críticas são sempre necessárias e temos lutado para melhorar o sistema de segurança, a estrutura das policias e a autoestima dos servidores. Eu devo muito a estas pessoas. Veja que em Cruzeiro do Sul estão há 72 dias sem registro de homicídios. Eu sou grato ao trabalho que fazem e já autorizei concurso para novas vagas para polícia civil, polícia militar, corpo de bombeiros, temos investido em equipamentos”, acrescentou o governador.
