A celebração deste 7 de Setembro ficará na história do Acre. Três corporações militares irão se apresentar à governadora em exercício, Nazareth Araújo: Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Exército, além de escolas e outras instituições.
Passar a tropa em revista é um rito que remonta à Antiguidade. Desde o Império é realizado no Brasil e visa à demonstração de confiança e apreço aos batalhões por parte da autoridade máxima do estado ou país.
A governadora já teve experiência semelhante: “Quando, durante uma cerimônia de formatura, passei a tropa da Polícia Militar em revista, percebi um brilho na feição das oficiais. Vi que elas se sentiam representadas por mim. Isso é uma conquista de todas nós, mulheres”.
Mas essa não é a única superação de Nazareth – e de todo o povo acreano. Seu pai, o professor de filosofia José Augusto Araújo e primeiro governador eleito do Estado, foi deposto pelo golpe militar em 64, pouco mais de um ano após assumir. Foi cassado e exaurido pelo regime em interrogatórios, até que entrou em depressão, sofreu quatro infartes e não resistiu.
Agora, 51 anos depois, os militares se perfilam perante sua filha, que avalia a situação com temperança: “Diferentemente de outros momentos da nossa história, agora eles estão a serviço da população, cumprindo a sua real função. É um sinal da consolidação da democracia”. Sua fala, entretanto, não deixa de transparecer o significado civil e pessoal que a vitória cidadã representa para ela: “Servir o Acre é amar o meu pai”.