Um exemplo de resistência que chegou ao fim. É o caso do casal de moradores da Travessa Wilson Ribeiro, do bairro Taquari, Osvaldina Lopes e Adelino de Sousa, que residem no local há 23 anos. “Chegou a nossa hora de mudar de endereço. Em breve vamos morar na Cidade do Povo, não aguento mais ver a água destruir tudo o que temos”, disse a mulher.
Casos semelhantes são registrados em vários bairros atingidos pela cheia do Rio Acre. Esta semana, uma equipe social e de engenheiros da Secretaria de Estado de Habitação (Sehab) está fazendo a atualização do cadastro realizado em 2012 e um novo levantamento das famílias que sofreram este ano com a maior enchente já registrada no Acre.
A intenção do governo do Estado é entregar mais 3.300 casas na Cidade do Povo para essas famílias. Esse levantamento também será realizado em outros bairros da capital e no interior do Estado. Tarauacá, Xapuri, Assis Brasil e Porto Acre serão contemplados com 2.300 unidades habitacionais.
O interessante desse trabalho, segundo o diretor executivo da Sehab, Daniel Gomes, é que as primeiras famílias beneficiadas são as primeiras atingidas pela enchente.
Amarildo Ferreira Silva, morador há 21 anos no bairro Taquari, optou pela indenização. Mesmo sua casa alagando todos os anos, não quer ir para a Cidade do Povo. Segundo ele, quer construir sua casa em outro local para poder abrigar os três filhos casados. “Tive meus filhos e os vi crescer aqui. Vou sair porque não aguento mais tanto sofrimento com minha casa alagada todos os anos.”