“Cai chuva. É noite. Pra ser feliz tanta coisa é precisa. Este luzir é melhor. O que é a vida? O espaço é alguém pra mim. Sonhando sou eu só. A luzir, em quem não tem fim. Extensa, leve, inútil, passageira, ao roçar por mim traz uma ilusão de sonho, em cuja esteira a minha vida jaz. Barco indelével pelo espaço da alma, luz da candeia além da eterna ausência da ansiada calma, final do inútil bem. Que, se quer, e, se veio, se desconhece. Que, se for, seria o tédio de o haver… E a chuva cresce na noite agora fria.” Fernando Pessoa (Foto: Juan Diaz)