Seringueiro urbano vive da extração do látex em Rio Branco

É da extração do látex que Victor Viana tira o sustento da família (Foto: Leônidas Badaró)
É da extração do látex que Victor Viana tira o sustento da família (Foto: Leônidas Badaró)

Você sabia que existe um seringal dentro do perímetro urbano de Rio Branco? Pois é, quase ninguém sabe, mas ele existe. É no bairro do Calafate a localização improvável para um seringal. São três hectares e cerca de 1.600 seringueiras.

O mais interessante é que as árvores são produtivas e garantem a sobrevivência de um seringueiro que todos os dias acorda às 4 da manhã para fazer o corte nas seringueiras e colher o látex.

Victor Viana, 52 anos, explora o seringal urbano há 18 anos. É com essa renda que ele sustenta a família durante todo o ano. Em 2014, mesmo sem trabalhar por motivo de saúde durante três meses, o seringueiro colheu 1.100 litros de látex e produziu 1.800 quilos de borracha. O faturamento total foi de R$ 8.900.

“Muita gente se espanta quando digo que sou seringueiro e corto seringa dentro da cidade. Não tenho outra renda. É daqui que tiro meu sustento. Sou muito satisfeito com o meu trabalho. Acordo feliz da vida todo dia de madrugada para cortar seringa”, esclarece Victor.

Programa Florestas Plantadas

Seringal com 1.600 árvores fica dentro do perímetro urbano de Rio Branco (Foto: Leônidas Badaró)
Seringal com 1.600 árvores fica dentro do perímetro urbano de Rio Branco (Foto: Leônidas Badaró)

São por exemplos como o de Victor Viana que o governo do Estado investe no programa Florestas Plantadas. Desde o ano de 2010 já foram plantadas 921 mil mudas de seringueiras em todo o estado. São 1.926 hectares, beneficiando 1.025 famílias de produtores rurais.

“Nós estamos incentivando os produtores a plantarem a seringueira consorciada com outras culturas como as árvores frutíferas. É altamente viável o plantio com acerola, açaí, graviola, maracujá, por exemplo. O produtor familiar, além do látex, consegue uma renda extra com a produção das frutas”, explica Ademir Batista, chefe da Divisão de Remuneração e Serviços Ambientais da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof).

Para 2015/2016, já que o período correto para o plantio das seringueiras vai de novembro a março, a meta é ousada. A estimativa é de se distribuir 11.625 mudas que serão plantadas em 2.500 hectares, beneficiando cerca de um mil famílias.

O tempo para que as seringueiras estejam prontas para o primeiro corte de extração do látex gira em torno de sete anos.

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