Diversidade de produtos, assistência e tecnologia promovem a qualidade de vida no interior do Acre
Durante a manhã desta quarta-feira, 26, quase uma centena de produtores rurais do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Bonal reuniram-se na Escola Estadual Bom Destino para investir no futuro de suas famílias. Participaram do encontro representantes do Banco da Amazônia e o Governo do Estado do Acre através da Secretaria de Florestas (SEF) e da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof). A atividade integrada trouxe a oportunidade de investimento no cultivo de seringueiras, muito comum na região.
A revitalização da atividade de seringueiro resgatou uma parte importante da história, além de aumentar consideravelmente a qualidade de vida de milhares de extrativistas em todo o Estado. Este ano a SEF conta com 250 mil mudas de seringueiras para oferecer aos produtores rurais, dentro do Programa de Florestas Plantadas, que faz parte da Política de Valorização do Ativo Ambiental Florestal. Especificamente no PDS Bonal já foi investido mais de R$ 1 milhão em mecanização e entrega de mudas de seringueiras. Outro R$ 1 milhão é oferecido em uma linha de crédito especial do Banco da Amazônia, com até 20 anos para pagar e 8 anos de carência. Dos 89 produtores aptos a acessar essa linha, 39 já assinaram seus contratos nesta quarta-feira.
“Aqui estão os momentos mais importantes de todas as ações de governo. Estamos construindo o futuro sem perder o foco no presente”, ressaltou o secretário de Floresta, João Paulo Mastrangelo. A ideia é gerar renda de imediato e em médio prazo, além de trabalhar a renda em longo prazo, entre seis e dez anos. Enquanto as seringueiras plantadas agora crescem, os produtores desenvolvem atividades consorciadas, como plantio de feijão, maracujá, café, palmito, pupunha e a criação de pequenos animais, como aves e peixes.
De acordo com o secretário de Produção Familiar, Lourival Marques, o novo desafio do governo Tião Viana é “ter produção em abundância”. Para dar segurança aos produtores, a (Seaprof) garante a compra dos produtos da agricultura familiar. O único requisito é que os produtores estejam organizados em associações ou sindicatos. “Já temos cerca de R$ 3 milhões para aplicar na compra da produção.”
Todas as propriedades que recebem esses benefícios têm prioridade no Programa de Certificação da Propriedade Rural Sustentável, que além de garantir assistência técnica de qualidade e a legalização da propriedade oferece um bônus aos produtores pelos serviços ambientais que eles promovem, como a utilização sustentável do solo, recuperação e reutilização de áreas degradadas e abandono do fogo para a limpeza do roçado.
O desenvolvimento na produção é medido pela melhoria na qualidade de vida das pessoas. A presença do Estado, lado a lado com as comunidades, se traduz em inclusão social. O Grupo de Mulheres Unidas Venceremos espera ansiosamente o início da operação da malharia comunitária, marcado para o próximo mês, elas já fizeram curso de artesanato e biojoias, além da preparação para trabalhar com a confecção de camisetas. A representante do Grupo, Sabina Silva, agradeceu publicamente, durante o encontro, pela união da comunidade e por receberem condições de trabalho.
O retrato do desenvolvimento
Lugares e pessoas antes isoladas do mundo agora têm estrada, telefone e internet, além de inclusão social através de saúde, educação e melhoria da qualidade de vida. Um acontecimento considerado pelo governo do Estado como o nascimento de uma nova classe média rural no Acre. O aspecto mais importante da qualidade de vida no campo é a produção, é o que o homem consegue da sua relação de intimidade e confiança com a terra, o que possibilita a alimentação da família e a construção de um futuro melhor para os filhos. O governo do Acre investe nos sonhos e na fé de cada produtor e produtora rural.
Antônio de Lima, 50, trabalha com pupunha e borracha. Entre os dois, prefere o manejo dos 214 pés de seringueira que tem na sua propriedade. Com o apoio do Programa de Florestas Plantadas vai chegar à marca de 710 pés. As árvores que Antônio tem hoje produzem cerca de 230 quilos de borracha por mês, o que rende mais de R$ 600. O dinheiro extra supre as necessidades básicas da família.
Já Maria Bezerra de Farias conseguiu seu pedaço de terra há apenas três anos e é reconhecida pela comunidade como uma mulher de fibra. Mãe de seis filhos, ela não se preocupa mais com alimentação da família como quando moravam na cidade e viviam de vender cocada nas ruas. Hoje ela tem a confiança na fartura de alimentos como macaxeira, pimenta-de-cheiro, açaí, pupunha, castanha e a criação de galinhas, além da produção de borracha, todas culturas consorciadas que existem em sua propriedade. Ela conta que também vai investir em piscicultura – 2,5 mil alevinos foram distribuídos em dois açudes. Toda a propriedade é bem aproveitada e a produção excedente é vendida. Com o dinheiro a família já comprou uma moto, deixou a casa de madeira e vive agora em uma de alvenaria.
{xtypo_quote_right}Meu sonho é formar meus três filhos nas letras. Tudo isso aqui é para eles.{/xtypo_quote_right}Outro personagem símbolo do Projeto de Desenvolvimento Bonal é Jonas Gonzaga. Nas terras dele existem 1,6 mil pés seringueira de cultivo. É uma das maiores áreas cultivadas do PDS. Somente com as árvores a renda mensal dele é de aproximadamente R$ 1.400. “É o melhor trabalho que eu conheço”, reforça Gonzaga.
Na comunidade há quase 16 anos, Jonas disse que tudo que ele ganha com sua propriedade tem um futuro certo: educar os três filhos pequenos. “Meu sonho é formar meus três filhos nas letras. Tudo isso aqui é para eles.”
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