Às vésperas de completar 60 anos de trabalho, o locutor e narrador esportivo Zezinho Melo é um servidor público no sentido literal. Ele exala entusiasmo ao relatar sua jornada de trabalho, com início às 5 da manhã, quando toma um cafezinho, já se inteirando das notícias pelo rádio, celular e TV, com dedicação e empolgação, convicto de que vai servir o público com seus serviços de comunicação na Rádio Difusora Acreana, em Rio Branco.
O caminho trilhado por Zezinho até se tornar um dos mais populares locutores acreanos foi iniciado em novembro de 1962, quando aos 12 anos o menino José Francisco de Melo Filho foi levado pelo pai à sede da rádio, localizada no centro da capital, para relatar à direção da Difusora o fascínio que as atividades da emissora causavam no jovem.
A família, recém-chegada de Brasileia para se instalar em Rio Branco, logo providenciou a autorização para que o menor pudesse começar a trabalhar na Difusora como office-boy.
A inquietação e empolgação do iniciante na carreira de servidor público era tamanha que em pouco tempo já estava trabalhando como técnico de som, e depois tendo o tradicional programa de mensagens como primeira experiência em locução.
Atualmente Zezinho Melo é locutor esportivo e comanda o Tarde de Emoções, um dos programas de maior audiência da Difusora. O locutor reconhece que, ao longo de seis décadas, as histórias vividas no rádio o levaram ao reconhecimento sobre a importância de servir a população.
Entre as funções de utilidade pública mais demandadas a toda a equipe da Difusora, está a mediação em casos de achados e perdidos, pois a rádio já é tradicionalmente um ponto de devolução e procura de documentos na capital.
A retomada do contato via rádio entre pessoas vindas do interior, comumente de regiões bem isoladas, com parentes e amigos que vieram anteriormente para a cidade também se dá com frequência, segundo o locutor. “Quando ocorre é sempre a emoção sem igual pra todos nós, da equipe, de sermos agentes desses reencontros”, comemora.
Melo relata ainda as campanhas solidárias para arrecadação de mantimentos e roupas para famílias vítimas de algum tipo de situação trágica.
Já o programa de mensagens reinou absoluto, por mais de 30 anos como carro-chefe dos serviços de utilidade pública, pois era o principal instrumento de comunicação para as mais diversas situações entre os cidadãos, relembra Zezinho.
Com a acessibilidade propiciada pelo celular, o programa de mensagens foi se adaptando e modernizando, de modo que o locutor as transmite direto de seu celular, como sucede no programa Tarde de Emoções.
“Pela via direta as pessoas mandam suas mensagens, pedem e oferecem músicas, de modo que continuamos aqui pra servir. Ainda me emociono quando falam comigo na rua como se me conhecessem, como se eu fosse da família”, conta.