Unidade de Acolhimento Paolo Pera completa um ano

O jovem Alessandro Bastos está há nove dias na UA Paolo Pera. Para o futuro, ele sonha com as artes plásticas e até mostra um quadro de sua autoria, onde aparece agradecendo a um dos membros da equipe que o acolheu (Foto: Hellen Monteiro/Sesp)

O jovem Alessandro Bastos está há nove dias na UA Paolo Pera. Para o futuro, ele sonha com as artes plásticas e até mostra um quadro de sua autoria, onde aparece agradecendo a um dos membros da equipe que o acolheu (Foto: Hellen Monteiro/Sesp)

“Ei, dor, eu não te escuto mais, você não me leva a nada”, este trecho pertence à música “Sol”, da banda Jota Quest, que, com muita emoção, foi apresentada pelo grupo que passa por tratamento especializado contra a dependência química na Unidade de Acolhimento (UA) Paolo Pera, localizada na Rodovia AC-40, que completa um de funcionamento nesta sexta-feira, 27.

Gerenciado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), o sistema de atendimento é composto por uma equipe multiprofissional, com assistentes sociais, psicólogos, educadores terapêuticos, técnicos e enfermeiros, que prestam serviço, em período integral, aos pacientes. A casa integra um componente de atenção residencial da Rede de Atenção Psicossocial, que recebe adultos acima dos 18 anos, de ambos os sexos, pelo período de até seis meses. Cabe ao Hospital de Urgência e Emergência (Huerb) e ao Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) encaminhar os pacientes para a unidade.

De acordo com Daniela Tonelly, coordenadora interina da UA, a casa já recebeu 84 “clientes” – nomenclatura adotada pelos profissionais da saúde. Mas, atualmente, apenas 13 dos 20 leitos estão ocupados, já que muitos voltaram ao convívio social ou, então, desistiram de continuar o tratamento. “Cada vida que você tenta resgatar causa uma emoção muito grande”, diz comovida. “Por ser de caráter transitório, os pacientes são enviados, posteriormente, para as unidades terapêuticas, porém, depende da vontade deles”.

Na abertura, o evento recebeu representantes do governo e município que estão ligados, direta ou indiretamente, ao funcionamento da casa (Foto: Hellen Monteiro/Sesp)

Na abertura, o evento recebeu representantes do governo e município que estão ligados, direta ou indiretamente, ao funcionamento da casa (Foto: Hellen Monteiro/Sesp)

O jovem Alessandro Bastos, de 19 anos, passa por uma luta contra a dependência química que já dura uma década. Há nove dias abrigado na Paolo Pera, com o apoio da família, ele acredita que buscar por socorro pode, sim, auxiliar na recuperação e que ter uma rede de atendimento específica faz diferença, inclusive para elevar a autoestima. “É um lugar muito bom, onde fico longe das drogas e também do crime”, afirma. Perguntado sobre o que iria fazer daqui para frente, Alessandro apenas aponta, orgulhoso, para o quadro que produziu, onde aparece agradecendo a um dos membros da equipe que o acolheu.

Crack, é possível vencer

O secretário de Segurança Pública (Sesp), Reni Graebner, reforçou a adesão do Estado ao plano “Crack, é possível vencer”, desenvolvido pelo governo federal. Ele anunciou que os policiais estão em fase de capacitação e que a base móvel de monitoramento já está em Rio Branco. Serão instaladas 20 câmeras de vigilância nos bairros Dom Giocondo, Preventório e Cidade Nova, a fim de enfrentar o tráfico e as organizações criminosas e, principalmente, ampliar as medidas de prevenção em toda a cidade.

“É uma área de impacto para o centro e bairros próximos, cuja ação do governo busca garantir a proteção, segurança e integridade moral das pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade, contando ainda com a parceria da assistência social e da saúde, inclusive com a UA Paolo Pera. Nesta sexta-feira, a empresa responsável pela instalação das câmeras já começa a realizar o serviço”, ressaltou.

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