Uma trajetória teatral de 22 anos que perpassa por montagens de espetáculos de dramaturgos brasileiros, projetos de formação e vivências em vários festivais nacionais. Assim o Grupo do Palhaço Tenorino (GPT) constrói a sua história e traz para o público de Rio Branco mais uma de suas produções teatrais: “A Feira”. A temporada com estreia na sexta, 27, na Usina de Arte João Donato, às 20 horas, traz mais duas apresentações, sábado e domingo, 28 e 29.
A ideia de uma nova montagem teatral pelo GPT surgiu do intercâmbio com grupos de outros estados brasileiros. Ela veio se consolidar no Festival Nacional de Teatro (Fenata), no encontro do grupo com a Companhia Oxente de Atividades Culturais, da Paraíba, dirigido por José Maciel. O espetáculo “A Feira”, tem texto de Lourdes Ramalho, com direção de Maciel.
Para Dinho Gonçalves, fundador e diretor do GPT, a escolha desta dramaturga é estratégica. “Uma vez que a cultura nordestina, retratada em sua obra, compõe uma importante vertente da formação das identidades culturais acreanas, devido ao grande número de migrantes nordestinos que vieram para o Acre para trabalhar na extração da borracha”, explica.
O espetáculo – “A Feira” conta a emocionante história de uma pequena família nordestina, que chega na cidade grande carregada de ilusões e esperanças, e encontra no ambiente de uma feira popular a dura realidade dos grandes centros urbanos brasileiros.
Dinho Gonçalves vê no projeto um grande desafio na trajetória do GPT. “Essa troca é uma vivência maravilhosa que muito tem a contribuir para a produção teatral acreana. O texto de Lourdes traz uma mistura de costumes, tradições, símbolos, e formas de se expressar, modos de ver e de interpretar o mundo”, diz.
O espetáculo é financiado pelo governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM) com recursos do Fundo Estadual de Cultura (FunCultura), edital Cultura e Comunidade.
Quem é Lourdes Ramalho? Autora de extensa obra publicada, celebrada como grande dama da dramaturgia nordestina, premiada no Brasil, em Portugal e na Espanha em inúmeros concursos de dramaturgia e festivais de teatro, Lourdes é uma das expressões mais significativas da nossa dramaturgia contemporânea de autoria feminina.
O GPT – Grupo do Palhaço Tenorino já levou seus espetáculos para diversos públicos. Com um trabalho que busca proporcionar a democratização de seu fazer artístico para diferentes camadas sociais e faixas etárias, o GPT já encenou espetáculos de Plínio Marcos, Chico Buarque e Ariano Suassuna, e também já inovou, com textos próprios, como é o caso dos espetáculos “Quem é o Rei?”, premiado por duas vezes pela Funarte, e “A Menina e o Palhaço”. O GPT tem circulado em palcos das grandes capitais brasileiras, nas ruas, palcos improvisados, muitas vezes feitos de “chão de terra batida”. Em sua última turnê, considerada por muitos críticos locais como “corajosa” e inovadora, feita com financiamento do governo do Estado, através da Fundação Elias Mansour (FEM), o GPT fez apresentações em municípios e vilas do Acre, onde grande parte dos espectadores nunca havia assistido a um espetáculo de teatro. Todos os espetáculos montados pelo GPT foram dirigidos por Dinho Gonçalves, fundador do grupo.