União reconhece situação de emergência em municípios do Acre

Só nesta quinta-feira, o Rio Acre registrou 1,41 metro de profundidade, a menor em 45 anos (Foto: Pedro Devani/Secpm)
Nesta quinta-feira, o Rio Acre registrou 1,41 metro de profundidade, a menor medida em 45 anos (Foto: Pedro Devani/Secpm)

O governo federal, por intermédio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, reconheceu situação de emergência em nove cidades do Acre (Acrelândia, Assis Brasil, Brasileia, Bujari, Epitaciolândia, Plácido de Castro, Porto Acre, Rio Branco e Xapuri). A portaria foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 4.

Com o decreto, o Acre passa a receber apoio direto de órgãos federais. O plano de ação de emergência foi traçado pela Defesa Civil Estadual e Municipal e demais órgãos ambientais das esferas federal, municipal e estadual.

O abastecimento de água em Rio Branco é um dos pontos principais do decreto. O processo de vazão do Rio Acre permanece acelerado.

Na manhã desta quinta, 4, o manancial registrou a marca de 1,41 metro, em Rio Branco, segundo medição realizada pela Defesa Civil. Este é o menor nível já registrado desde a série histórica de 1970.

O governador Tião Viana havia decretado situação de emergência em toda Bacia do Rio Acre no dia 7 de julho. “O decreto nos autoriza a ter um reconhecimento da Defesa Civil e nos permite uma parceria e divisão de responsabilidades, inclusive logísticas. Se forem necessárias mil horas de voo de helicóptero, vamos ter divisão; se precisarmos de um custo adicional para as brigadas ou equipamentos emergenciais, teremos um trâmite mais ágil de aquisição e a solidariedade financeira compartilhada com o governo federal”, disse o governador na ocasião.

Nas últimas semanas, o governo federal já havia disponibilizado apoio técnico através da Agência Nacional de Águas (ANA), além de oferecer os serviços da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).

Com o reconhecimento da situação de emergência pela Defesa Civil Nacional, a expectativa agora é de que esse apoio seja amplamente estendido, principalmente com a liberação de recursos ao governo do Estado.

“Estou acompanhando atentamente a situação da seca no Acre. No último fim de semana sobrevoei os principais rios do estado e vi a situação de seca e os focos de incêndios na floresta. Tenho conversado com o governador, e ele tem pedido para ajudar. Infelizmente, o governo federal agiu com lentidão no processo de reconhecimento, e no início da semana fui à tribuna cobrar providências. Que bom que foi publicado. É meu papel fazer esse tipo de cobrança”, destacou o deputado federal Leo de Brito.

Segundo as avaliações do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), não há previsão de grandes volumes de chuvas pelos próximos 45 dias no Acre.

Até agora, o déficit de chuvas no último trimestre é de 400 milímetros no Acre. Com isso, todo o estado está com alta criticidade de incêndios, e apenas Cruzeiro do Sul, Jordão, Porto Walter e Xapuri não estão com seus rios em níveis críticos.

Manter o abastecimento é a prioridade

O trabalho de captação e tratamento de água continua normal, com esforços diários pelo governo do Estado para manter a distribuição principalmente em Rio Branco.

O Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa) tem todos os dias tomado novas ações para melhorar a captação de água, instalando bombas em flutuantes e abrindo novos acessos de captação.

Ainda assim, o governo prevê que entre 10 a 15 dias, a seca do Rio Acre na capital possa chegar a 1,25m, a medida que anteriormente foi considerada para o ápice da seca.

Para manter o abastecimento de Rio Branco normal com o rio abaixo dessa medida, o Depasa estuda a construção de uma barragem para manter a captação de 1.400 litros por segundo e, assim, evitar o risco de racionamento de água.

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