Trabalho se intensifica nas obras da BR-364 neste final de verão

Meta é aproveitar ao máximo a estiagem para acelerar cronograma e asfaltar trecho Sena-Feijó até 2010

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Nesta fase que antecede o fim do verão, o serviço se intensificou em muitos trechos: trabalho noturno na BR 364. (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O período de abertura ao tráfego de veículos chega às últimas semanas na BR-364. O inverno está próximo e as chuvas impossibilitam o trabalho de movimentação de terra na rodovia. Para compensar as dificuldades próprias desse primeiro ano de implantação dos canteiros das empreiterias no trecho entre Sena Madureira e Feijó, o trabalho tem sido intenso para aproveitar os dias de sol. Em muitos casos, o trabalho noturno tem sido fundamental para agilizar o cronograma de obras visando inaugurar o trecho totalmente asfaltado até o fim de 2010. O esforço do Governo do Acre é completar a integração da capital com o Vale do Juruá, passando pelos vales do Iaco, Purus, Envira e Tarauacá, nos próximos dois anos.

A empresa Etam, por exemplo, responsável pelo lote 5, mantém frentes de trabalho até as 22 horas. Cerca de 120 homens operam mais de quarenta máquinas pesadas na remoção de material inservível, as camadas de tabatinga que não possuem resistência à água. O trabalho é intenso e os turnos são planejados. Apesar dos gastos, o horário eatendido apresenta relação custo-benefício positivo para o andamento das obras.

Ao percorrer a BR-364 no começo da noite é possível ver luzes na estrada. Além do maquinário, são as luzes dos motores nos pequenos acampamentos montados às margens de alguns rios. No lote 1, de responsabilidade da Construmil, estão sendo construídas cinco pontes. As obras da ponte sobre o Rio Jurupari foram retomadas após reavaliação do ciclo hidrológico. As pilastras tiveram de ser erguidas para suportar o fluxo da água durante o período de maior cheia do rio.

À medida em que vai se aproximando o fim do verão, as cidades ao longo da rodovia a partir de Sena buscam formar estoques para suportar os sete meses de chuvas – fato semelhante ao da liberação do tráfego, no início do verão, no fim de junho, quando se registra um grande fluxo de veículos de cargas em direção a Manuel Urbano, Feijó e Tarauacá. Ou seja: nas duas primeiras semanas da reabertura e na quinzena de fim de setembro e começo de outubro é quando o movimento de mercadorias é mais intenso.

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Cenas como a do garoto Eliezer em sua bicicleta são cada vez mais comuns na Estrada de Feijó por causa da melhoria do leito da BR: antes, mesmo no verão, usar o veículo era complicado. (Foto: Sérgio Vale/Secom)

BR em números – O fluxo de carga cresceu em relação ao verão passado, período que por sua vez apresentou aumento em relação a 2006. Até a penúltima semana de setembro, a balança do Deracre em Sena Madureira registrou fluxo de 70,5 mil toneladas de produtos diversos em direção ao Vale do Juruá. Em 2007, foi de 30 mil toneladas. Mais de 5,6 mil caminhões percorreram a BR-364 este ano, enquanto no ano passado esse número foi de 5,2 mil. Foram registradas também o fluxo de 345 motos e 141 viagens de ônibus.

Ainda de acordo com o Deracre, 1.722 veículos pequenos fizeram o trajeto Rio Branco-Cruzeiro do Sul com possíveis paradas nas cidades ao longo da rodovia. Os números confirmam que cada vez mais o acreano se vê nessa estrada, que na opinião do governador Binho Marques deve essencialmente servir como caminho de desenvolvimento sustentável para o Acre. Antes algo complicado, o tráfego de bicicletas pela rodovia agora é uma cena comum: cada vez mais colonos utilizam o veículo para percorrer cinco, dez, vinte ou mais quilômetros desde suas casas até a cidade de Feijó, por exemplo, ou a colônia e a escola.

O estudante Eliezer Lima mora na Colônia Chuva com Vento, no quilômetro 29 da estrada de Feijó. Aos quinze anos, Eliezer estuda a oitava série na escola Pedro Mota Leitão, distante cinco quilômetros de sua casa. "Antes, muitas vezes mesmo no verão eu tinha de ir a cavalo", conta. Depois de anos de reabertura pelo Deracre e em 2008 pelas empreiteiras, o leito da estrada adquiriu melhor qualidade mesmo sem o trabalho de terraplanagem.

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