Tião Viana entrega projeto de piscicultura ao BNDES

Governo do Estado quer financiamento de R$ 20 milhões para complexo industrial do peixe

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O governo do Estado esteve reunido na manhã desta terça-feira, 26, com diretores BNDES para entregar o Projeto de Desenvolvimento da Piscicultura (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Hoje o Acre produz cinco mil toneladas de tambaqui. Em cinco anos a produção estimada será de pelo menos 20 mil toneladas, graças a todos os investimentos no complexo industrial da piscicultura, com base numa política de governo voltada para o setor produtivo.

Para ajudar a tirar o projeto do papel e transformá-lo em realidade, o governo do Estado reuniu na manhã  desta terça-feira, 26, com diretores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para entregar o Projeto de Desenvolvimento da Piscicultura.

A produção de tambaquis no Acre, uma das espécies com maior potencial econômico, é feita em mil hectares de lâmina d’água e tem uma taxa de crescimento de 15% ao ano. Pelo menos 80% do que é produzido é consumido pelo mercado interno, mas uma parte é exportada para Rondônia, Amazonas e cidades peruanas mais próximas.

Para continuar se desenvolvendo, a atividade precisa de uma indústria de ração (toda ração consumida no Acre hoje é importada e há um mercado consumidor com demanda aberta, que poderá absorver parte da produção acreana) e de um frigorífico capaz de beneficiar o peixe para exportação.

Peixes da Amazônia S/A

O investimento no complexo industrial é de R$ 40 milhões, além do frigorífico que será instalado em Cruzeiro Sul e dos custos de consultoria e assistência técnica. Somados, os investimentos chegam a R$ 53 milhões. A iniciativa privada vai entrar com uma parte do recurso. Aliás, já entrou. Para gerir o complexo industrial, governo e iniciativa privada (incluindo os pequenos produtores através de cooperativas) criaram a Peixes da Amazônia S/A. O governo comprou duas cotas, que serão repassadas aos pequenos produtores, e 18 investidores garantiram a outra parte dos recursos necessários para a construção do complexo (R$ 20 milhões).

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Hoje o Acre produz cinco mil toneladas de tambaqui. Em cinco anos a produção estimada será de pelo menos 20 mil toneladas (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

“Observem que o governo está entrando no negócio e saindo ao mesmo tempo. Não queremos ter participação na empresa, queremos apenas fomentar o negócio e garantir a participação dos pequenos produtores. O complexo industrial será tocado pela iniciativa privada, que vai produzir desde a ração para peixe e ter como negociar com mercados nacionais e europeus”, ressaltou Tião Viana.

Um dos diferenciais do peixe produzido no Acre será a certificação do produto, a partir de uma parceria com o WWF Brasil. Para entrar no mercado europeu, bastante exigente, o peixe precisa ser certificado, garantindo boas práticas ambientais e de manejo. Na Europa, um quilo de surubim, uma das espécies que será  produzida no Acre ao lado do tambaqui e do pirarucu, custa 26 euros.

BNDES: “Esse modelo deverá ser replicado em outros Estados”

O secretário de Indústria e Comércio apresentou o projeto da piscicultura acreana ao BNDES, que ficou impressionado com a estruturação do documento e a forma como foi “amarrada”  a participação de pequenos e grandes produtores, como integrantes de uma mesma empresa que vai produzir alevinos, ração e peixe. “Esse modelo, se der certo, será replicado em outros Estados. É o que estávamos buscando. Nós vamos estudar minuciosamente o projeto para analisar todas as possibilidades que o banco tem de financiamento para o setor público, através do governo do Estado, e setor privado, através dos produtores. Outras reuniões devem acontecer, mas é algo que tem todos os requisitos para alcançar o sucesso”, disse Irapuan de Menezes Braga, gerente da área de Inclusão Social do BNDES.

20 mil toneladas de peixe/ano geram, numa estimativa bastante conservadora, pelo menos R$ 240 milhões/ano de receita.

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