Lembrando os 20 anos de morte de Francisco Augusto Vieira Nunes, o Bacurau, o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) lançou nesta quinta-feira, 2, uma cartilha que conta a trajetória de Bacurau, fundador do movimento, e sua luta pelos direitos dos pacientes com hanseníase e seus familiares.
O governador Tião Viana e a primeira-dama do Estado Marlúcia Cândida prestigiaram o ato, realizado na Biblioteca Pública.
A viúva de Bacurau e atual coordenadora do Morhan no Acre, Terezinha Prudêncio da Silva, ressaltou que a história do marido não morreu.
“O nome dele não morreu, continua vivo. Essa história eu quero que perdure por muitos e muitos anos. Bacurau trabalhou em prol das pessoas mais abandonadas, sofridas, marginalizadas. Com certeza ele está hoje, junto com todos nós”, afirmou Terezinha.
Tião Viana, patrono da lei que instituiu a pensão indenizatória às pessoas com hanseníase, lembrou as histórias que vivenciou com o criador do Morhan e o legado deixado na defesa dos direitos dos hansenianos.
“Bacurau é símbolo da luta dos direitos humanos no mundo. Um homem reconhecido por um papa por sua dedicação contra o preconceito, o mais abominável sentimento que a humanidade gerou, que foi de rejeitar pessoas pela condição da aparência. Ele simbolizou não só a luta contra o preconceito, mas também a esperança da cura”, declarou o governador.
Tião observou que o Acre avançou no tratamento e na cura da hanseníase. “Nos anos de 1970, o Acre registrava 110 casos para cada 10 mil habitantes, e hoje caiu para menos de dois casos para cada 10 mil habitantes. Estamos numa fase de eliminação da doença”, comentou Viana.
A primeira-dama Marlúcia Cândida falou de sua admiração pelo trabalho desenvolvido pelo fundador do Morhan. “Hoje estamos aqui com esta cartilha, para mostrar essa história e como ela ainda pode repercutir”, disse.