SEPMulheres inicia oficina de maracatu para acreanas

Acreanas tiveram o primeiro contato com os instrumentos musicais do maracatu (Foto: Alexandre Noronha/Secom)

O Casarão, espaço de cultura da capital acreana, foi palco na noite de quarta-feira, 1, da primeira Oficina de Maracatu no Acre.

De origem afro-brasileira, o maracatu, que surgiu em meados do século XVIII, é uma dança folclórica típica de Pernambuco e que já se faz presente nas manifestações artísticas acreanas desde 2008, com movimentos culturais de rua, e também com o grupo Tambor de Fulô e seus Cravos que surgiu em 2010 e a partir de 2013 começou a realizar projetos, apresentações, oficinas gratuitas e ensaios abertos nas praças.

Agora o movimento no Estado se fortalece com a oficina promovida por meio da Secretaria de Política para as Mulheres (SEPMulheres).

“A ideia de formar um grupo de maracatu chegou para a gente junto com os caminhos para percorrer. A partir daí, juntamos os parceiros e hoje estamos na aula inaugural cheias de alegria por essa conquista, que vem para envolver toda a comunidade, mas principalmente as mulheres negras de terreiro e de capoeira”, contou Concita Maia, gestora da SEPMulheres.

Os instrumentos foram doados pelo Sesi para a Rede de Mulheres e Homens, que integra o projeto, que conta ainda com o apoio das fundações Elias Mansour e Garibaldi Brasil e da Secretaria Municipal da Mulher (Semam).

As participantes tiveram contato pela primeira vez com caixinhas de percussão, xequerê, ganzar, agogô e alfaias, que juntos formam o som marcante do maracatu.

Assim como o som, a dança folclórica e sua história também despertaram a curiosidade das mulheres inscritas.

“Não tenho muito conhecimento sobre a cultura do maracatu, e isso foi o que me fez  querer participar. A batucada tem uma energia incrível. Foi surpreendente todo mundo ali no mesmo ritmo, batucando no primeiro dia da oficina. A expectativa é de que o projeto agregue mais mulheres e prossiga para outros eventos. Com certeza vai vingar, tem muita energia boa e muita cultura. Parabéns aos idealizadores e apoiadores”, comentou a engenheira florestal Aldione Lessa.

A instrutora e idealizadora da oficina, Vanessa França, garante que o ritmo não é difícil e acredita que logo as mulheres acreanas irão aprender a batucada.

“Existem vários ritmos dentro do maracatu. A princípio vamos aprender cinco deles, mas as variações e como tocar é fácil. Tenho certeza de que as mulheres acreanas vão arrasar, e no carnaval deste ano o Bloco Maracatu do Pé Rachado estará nas ruas”, disse a instrutora.

Ainda segundo Vanessa, o fato de o Acre ter sido colonizado por nordestinos influencia bastante, pois já existe uma ligação das raízes com a cultura, o que torna a oficina mais fácil e cheia de energia.

Os ensaios serão realizados todas as segundas e quartas-feiras, às 18 horas, e aos sábados, às 16 horas, no Casarão.

Após o período das chuvas, a ideia é de que os encontros percorram as comunidades e os espaços públicos de Rio Branco.