Tião pede que o governo federal oriente haitianos a não virem ao Acre

Com o aumento a alagação em Brasileia, o governo do Estado não tem condições de recepcionar os imigrantes haitianos (Foto: Gleilson Miranda/Secom)
Com o aumento da alagação em Brasileia, o governo do Estado não tem condições de recepcionar os imigrantes haitianos (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

O governador Tião Viana revelou nesta terça-feira, 24, durante visita a Brasileia, que o governo do Estado encaminha um documento para a Presidência da República solicitando que sejam tomadas ações imediatas quanto à conscientização dos haitianos sobre os perigos de vir ao Brasil entrando pelo Acre neste momento.

A medida foi necessária perante o Estado de calamidade que se encontra Brasileia devido à cheia do Rio Acre, que transbordou por mais de 90% da cidade.

“Nós reivindicamos ao governo federal que pelo menos avise ao governo do Haiti a restrição da saída de pessoas de Porto Príncipe [capital do país]. E se saírem, que saiam com visto para entrar em qualquer Estado brasileiro, mas não venham para o Acre – escolham outra rota, porque nós não temos condições de fazer acolhimento dessas pessoas que estão passando por privações”, disse o governador Tião Viana.

Do fim de 2010 até os dias atuais, mais de 32 mil haitianos já entraram no Brasil pelo Acre, a partir fronteira do Peru com a cidade Assis Brasil, indo em seguida para Brasileia, cidade que enfrenta a maior cheia de sua história, com o Rio Acre na marca de 15,42 metros, sendo a cota de transbordamento de 11,40 metros. A situação é ainda mais complicada, pois a única ponte que liga as cidades de Brasileia a Epitaciolândia está coberta por meio metro de água.

Todos os esforços do governo estão voltados para ajudar a população de Brasileia. Mais de 450 homens estão envolvidos, entre membros do corpo de bombeiros e dez secretarias estaduais. Os haitianos, que chegam exaustos após longas viagens agenciadas por “coiotes”, não terão mais a capacidade de recepção do governo do Estado enquanto a situação na região do Alto Acre não estiver controlada.

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