A lei 11.645 de 2008, que orienta sobre o ensino de história e cultura indígena no currículo das escolas brasileiras, foi tema do IV Seminário Indígena, realizado no Acre, nesta quinta-feira, 20. O evento foi sediado na Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE).
“Precisamos discutir estratégias para aplicar a lei nos planejamentos pedagógicos das nossas instituições. O seminário foi promovido para debatermos formas de se trabalhar e valorizar a cultura dos povos indígenas, nos nossos estabelecimentos de ensino, bem como em políticas públicas”, explica Izis Melo, chefe da Coordenação de Educação para os Direitos Humanos e Cidadania e Diversidade, da SEE.
O debate contou com a participação de profissionais de vários segmentos sociais e indígenas acreanos. Uma das congressistas foi Alana Manchineri, acadêmica de Biologia, da Universidade Federal do Acre, (Ufac). A universitária faz pesquisa sobre a educação indígena nas escolas de Rio Branco e ressalta que a 11.645/2008 é uma ferramenta importante no processo de desconstrução de estereótipos.
“As populações indígenas são estereotipadas por grande parte da população. Existem muitos preconceitos em torno das tribos, porque falta conhecimento. A lei vem para desmistificar certas visões, que destoam da realidade, e para mostrar que os indígenas brasileiros são mais do que mostram os livros escritos pelos colonizadores”, destaca.
O assessor de assuntos Indígenas do Acre, Zezinho Hunikui, também participou do evento e ressaltou a importância de iniciativas assim para a valorização da diversidade histórica, linguística, e cultural da região.
“Os gestores precisam conhecer os diferentes modos de vida das populações indígenas, para que possam levar o conhecimento real e não o fictício, para as salas de aulas e organizações”, salienta.
O seminário foi promovido pela SEE, e os parceiros, Ufac, Conselho Municipal de Cultura, Fórum Permanente de Educação Étnico Racial do Estado do Acre e Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos.