Segurança fortalece ações de combate aos crimes de violência contra a mulher

Acre registrou seis casos de feminicídio em 2020, todos elucidados

Um recente levantamento realizado pelo Monitor da Violência, em parceria com um site nacional, com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontou que o Brasil teve um aumento de 7,3% nos casos de feminicídio em 2019, em comparação com 2018. Foram 1.314 mulheres mortas pelo fato de serem mulheres, média de uma mulher assassinada a cada 7 horas no país. O número é com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.

Ainda de acordo com o estudo, o Acre foi o estado com maior taxa de mortes de mulheres, com 7 mortes a cada 100 mil mulheres. Quando o comparativo é feito por número de feminicídio, Acre e Alagoas dividem a maior taxa de mortes dessa natureza, 2,5 mortes para cada 100 mil mulheres.

Atendimento na Delegacia da Mulher continua com fluxo normal, de segunda a sexta-feira, nos finais de semana e feriados Foto: Arquivo.

O mesmo comparativo, divulgado pelo Monitor da Violência que aponta o Acre como o estado com maior número de feminicídio entre os estados brasileiros, também mostra uma redução de mulheres vítimas de homicídio entre 2018 e 2019. No ano passado, foram registradas 31 mortes, enquanto que em 2018 esse número foi de 35 mortes.

A Polícia Civil do Acre, ao longo dos anos, tem dado maior atenção aos crimes de feminicídio, com uma investigação mais elaborada e mais técnica, fruto de qualificação de policiais com a incorporação da perspectiva de gênero nas investigações de mortes de mulheres.

Dados preliminares do Departamento de Inteligência da Polícia Civil do Acre (DI/PCAC) apontam que em 2020 ocorreram seis crimes de feminicídio, todos solucionados em um curto espaço de tempo, e seus autores presos.

Um dos casos de maior repercussão foi a morte da turista chilena Karina Constanza Bobadilha Chat, de 22 anos. Ela foi morta com várias facadas em um sábado, 1º de fevereiro, e o corpo achado na Avenida Amadeo Barbosa, em Rio Branco, no dia seguinte.

O acusado pela morte de Karina Chat foi preso por investigadores da Polícia Civil 15 dias após o crime, na zona rural do município de Feijó, onde estava escondido na casa de familiares.

Fortalecimento das ações de combate aos crimes de violência contra a mulher, canais de atendimento, orientações e denúncias

A Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) tem reforçado as ações de combate aos crimes de violência contra a mulher. De acordo com a delegada Juliana de Angelis, titular da especializada, mesmo com a pandemia do coronavírus, o atendimento continua com seu fluxo normal de segunda a sexta-feira, e nos finais de semana e feriados as ocorrências podem ser registradas na Delegacia Central de Flagrantes (Defla).

“Os casos de violência contra a mulher e abuso sexual têm uma atenção especial e procuramos dar a maior celeridade possível para que crimes dessa natureza não fiquem impunes. No caso de feminicídio é a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa que cuida, mas a atenção é a mesma. Mesmo com a pandemia, nossos trabalhos na Deam continua com o mesmo fluxo”, comentou Juliana de Angelis.

A diretora de Políticas para as Mulheres da SEASDHAM, Francisca Brito, disse que a secretaria está fortalecendo os canais de atendimento, orientações e denúncias para mulheres vítimas de violência de qualquer natureza.

“Estamos fortalecendo nossos canais de atendimento para orientação e denúncias, o número funcionará todos os dias. Os canais de atendimento são: pelo e-mail: diretoria.mulheres.ac@gmail.com e o telefone e whatsapp: 99247 7989. O endereço é na avenida Nações Unidas, 2731, Estação Experimental. Também vamos fazer vídeos informativos para conscientização, sobre tipos de violência, Patrulha Maria da Penha, sexualidade, autoestima. O objetivo é dar segurança para as mulheres denunciarem e que os canais de comunicação estejam sempre ao alcance das mulheres que precisam a todo momento”, enfatizou a diretora.

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