Em 2003, um terço dos brasileiros sofriam de má nutrição e 18 milhões de desnutrição crônica e aguda. Esse era o contexto quando o governo federal botou em sua agenda de políticas públicas o combate à fome, e parte disso foi o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Abrangendo duas áreas da população brasileira, o produtor rural e as pessoas em situação de vulnerabilidade na zona urbana, o PAA demonstra como o cidadão, sem perder o sorriso, tem enfrentado problemas por anos e anos. “A gente veio nesse mundo é pra ajudar. Senão o que você estaria fazendo?”, ensina Raimunda de Assis, moradora do Bairro Plácido de Castro, na região da Sobral em Rio Branco.
Há nove anos, Raimunda e as demais companheiras da Associação de Mulheres “A Um Passo para a Libertação”, uma das 450 entidades atendidas pelo PAA, realizam um projeto de distribuição de alimentos aos moradores do bairro. Há oito anos o programa é parte importante na sopa distribuída todas as quartas-feiras e nas frutas entregues durante a semana.
“É a maior ajuda que temos, porque olha só, sem ele não tenho couve e macaxeira para a sopa, banana, laranja, tangerina e outros produtos pra distribuir”, revela a cozinheira Raimunda sobre o PAA. As entidades sociais fazem a ligação entre o produtor e seu consumidor mais importante, a população em risco social, finalizando assim esse circulo que combate a fome e desigualdade.
Morador do bairro, o senhor Nazário de Assis, aos 68 anos, cuida de um neto com necessidades especiais. Aposentado, vive apenas do benefício que o adolescente recebe. Hoje o ex-seringueiro, nascido em Tarauacá, recebe, com a verdura na sopa que leva para casa, uma pequena ajuda do agricultor que, por anos, fez parte da história do Acre cortando seringa. “Graças a Deus, a janta de hoje eu levo daqui para mim e meu neto”, diz Nazário.