“A misoginia não deve ser tolerada. O Acre não pode mais ser conhecido como um lugar onde mulheres são vítimas, mas um território onde a igualdade floresce”. Foi com estas palavras que a secretária de Estado da Mulher, Márdhia El-Shawwa, definiu sua participação, na última quarta-feira, 25, no lançamento do Brasil sem Misoginia, uma iniciativa do Ministério das Mulheres para o enfrentamento ao ódio e a todas as formas de violência e discriminação contra as mulheres.
O evento ocorreu em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, e contou com a presença da ministra da Mulher, Cida Gonçalves; da ministra da Cultura, Margareth Menezes; da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; da primeira-dama, Janja da Silva; da deputada federal Benedita da Silva; da secretária da Mulher do Pernambuco, Mariana Melo; da ativista e palestrante Luiza Brunet e outras personalidades.
Durante o evento, El-Shawwa aproveitou a oportunidade para mostrar à ministra das Mulheres as ações desenvolvidas no estado pela pasta, como a criação de fluxos de atendimento integrado para vítimas, o acompanhamento constante de casos de violência de gênero e a revitalização do Comitê Gestor do Plano Estadual de Políticas para as Mulheres (CGPEPM).
“Além disso, mostramos que o governo tem realizado inúmeros trabalhos que, além de visarem erradicar o feminicídio no estado, buscam trazer políticas públicas para as mulheres”, informou El-Shawwa.
Brasil sem Misoginia
No evento, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, informou que a ideia veio pela necessidade. “Fomos estudar qual a causa deste aumento [no número de feminicídios e de todas as formas de violência] e chegamos à conclusão de que é a misoginia, é o ódio contra as mulheres”, refletiu.
A iniciativa deve envolver diversos setores, incluindo governos, sociedade civil organizada, times de futebol, organizações não-governamentais (ONGs), empresas, universidade e grupos religiosos.
De acordo com o Ministério da Mulher, mais de 100 empresas devem assinar o termo de adesão ao Brasil sem Misoginia. “Para que possamos ter uma sociedade que se mobilize, que não aceite e que não tolere o ódio contra as mulheres”, declarou Cida Gonçalves.
A ministra ainda informou dados preocupantes, como mais de 80 canais que propagam, todos os dias, o ódio contra mulheres, informando que: “35 destes canais são monetizados. O ódio não pode ser financiado”, salientou.
Ações em prol das mulheres
A secretária da Mulher também informou que, no Acre, o número de feminicídios chegou a zero em setembro, mas que as políticas não param.
“Até o final de outubro, por meio do Ônibus Lilás, nossa Unidade Móvel de Atendimento, estimamos mais de 3 mil atendimentos em locais do interior do estado, levando assistência social, psicologia e consultas jurídicas. É o nosso comprometimento, nosso compromisso em continuar a missão de proteger e empoderar as mulheres do Acre, criando um ambiente em que se sintam seguras e respeitadas”, finalizou.