Saúde traça plano de contingência para enfrentar doenças causadas pelo Aedes Aegypti

Em meio à apreensão causada pelo coronavírus, que segue fazendo vítimas e preocupando autoridades em 2021, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), reúne esforços agora contra uma doença tropical velha conhecida dos acreanos: a dengue. Por ser um dos estados da região amazônica, é comum o Acre registrar no período conhecido como inverno amazônico, caracterizado pelo aumento considerável de chuvas, um acréscimo no número de casos da doença.

Nesta quinta-feira, 7, equipes técnicas de diversos setores da Saúde se reuniram para alinhar o plano de ação de enfrentamento do Aedes Aegypti no estado. Mesmo com a responsabilidade do combate à doença sendo municipal, o governo do Acre continua dando total apoio às prefeituras, buscando diminuir o número de casos tanto de dengue como de malária, além de desenvolver ações de enfrentamento à pandemia da Covid-19.

“Desde o ano passado, por conta da pandemia, o estado não pode se fazer presente em todos os municípios, mas nossas ações não deixaram de ocorrer, a exemplo das reuniões virtuais que aconteciam semanalmente no suporte às equipes para que não ocorresse descontinuidade das ações de prevenção e controle das doenças transmitidas pelo Aedes”, destaca a chefe do Núcleo de Doenças de Transmissão Vetorial da Sesacre, Márcia Andréa de Abreu.

População deve manter cuidados simples que evitam a dengue. Foto cedida.

Entre as estratégias de contingenciamento, o plano prevê mapear e monitorar pelo menos 80% dos criadouros, como terrenos baldios, imóveis fechados, tanques, caixa d’agua e depósito de lixo inadequado, por meio de visitas periódicas em áreas de concentração populacional. Além disso, os trabalhos visam mobilizar ações de educação em saúde junto as comunidade nos bairros de maior infestação predial, elaborar agenda de ações com as instituições governamentais e não governamentais para o trabalho de prevenção e ações de orientações à população.

“Os municípios, desde o início de 2020, estão sendo orientados a realizar atualização de seus planos de contingência, se municiando de todas as informações necessárias para, no caso de surtos das doenças de transmissão pelo Aedes, estejam prontos para entrar em ação. Hoje nós estamos com a informação de que alguns municípios estão com a ocorrência de um maior número de casos dessas doenças, o que já vem sendo acompanhando pela Secretaria de Saúde, que vem alinhando junto aos municípios as ações de enfrentamento e educação em saúde”, reforça Abreu.

Dados em números

Em todo o Acre, foram confirmados em 2020, mais de 5,4 mil casos de dengue, do total de 13.464 notificações. Os municípios que registraram maior número de casos foram Cruzeiro do Sul, com 6.241 casos notificados, e Rio Branco, com 2.288, correspondendo a 63% dos casos no estado.

Em 2020, foram notificados 192 casos suspeitos de febre de chikungunya no Acre, sendo que 33 foram confirmados. Destes, 20 casos foram registrados em Rio Branco. Em relação ao zika vírus, 12 casos foram confirmados, sendo 10 em Rio Branco e 2 em Cruzeiro do Sul.

Durante reunião desta quinta-feira, ficou definido também que serão feitas capacitação e atualização dos profissionais de saúde para que possam acolher e diagnosticar esses pacientes com mais celeridade. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do 2° Distrito será a unidade sentinela da doença, ou seja, local de referência para o atendimento de dengue e outras doenças causadas pelo Aedes. Ainda de acordo com a chefe do Núcleo de Doenças de Transmissão Vetorial da Sesacre, Márcia Andréa, as unidades básicas de saúde nos municípios estarão no suporte da dengue em todo o estado.

“A maioria dos casos de arbovirose são leves e tratados com a orientação do profissional médico que está na atenção básica. Nos municípios, a porta de entrada de qualquer agravo que não seja urgência e emergência é a unidade básica de saúde. Em Rio Branco a unidade de referência dos casos mais graves será a Upa do 2º Distrito”, informa Márcia Andréa.

Enquanto pessoas circulam por aí com máscara, álcool gel no bolso, tentando ao máximo se proteger do invisível, porém infesto coronavírus, o Aedes aegypti continua voando livre, leve e solto espalhando a doença. E os casos devem continuar a crescer, tendo em vista o período de maior incidência de chuvas. “Esse é um trabalho, uma força-tarefa de todos. A população deve manter os cuidados também para evitar a dengue. Romper com o ciclo de vida do Aedes aegypti é a solução para evitar que os vírus das doenças proliferem”, finaliza.

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