A Saúde, não só no Acre como nos demais estados brasileiros tem perdido um grande aliado contra a Aids nos últimos anos: o medo. Em especial, o público jovem que por não ter vivido a década de 80, auge da doença que dizimou e aterrorizou milhares de pessoas pelo país, tem deixado de lado cada vez mais o uso do preservativo.
Não tão avassaladora como nos anos 80, a aids continua grave, mesmo com tratamentos modernos, e baixo índice de óbitos. A prevenção continua sendo o foco das autoridades em saúde, que para fazer o alerta no Acre, promovem a I Semana Acreana de Luta Contra a Aids, cujo tema é “Use Camisinha”.
“Depois de muitos anos de declínio, a gente hoje experimenta um aumento no número de casos. Uma população que não se sente o risco de infecção de HIV porque não viveu aquela geração da década de 80, início da epidemia. Então, temos que identificar quem está mais vulnerável e falar sobre estratégia de prevenção novamente”, destaca o infectologista Thor Dantas.
A I Semana Acreana de Luta Contra a Aids, realizada pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), em parceria com o Ministério Público do Estado (MPAC), teve início nesta segunda-feira, 27, no auditório do MP, e segue até o dia 1 de dezembro, quando ocorre o Dia Mundial Contra Aids. Durante a abertura do evento, representantes da Sesacre apresentaram estatísticas da doença no Acre, registros de 1987 (ano que se notificou os primeiros casos da doença no Estado) até 2017.
Na programação serão exibidos documentários no Palácio da Justiça (Cine Prevenção, na terça-feira, 28, às 16 horas), equipes de saúde realizam testagem rápida para HIV, Sífilis e Hepatites, na Praça da Revolução (quinta-feira, 30), e na quarta-feira, dia 29, tem Senadinho Prevenção.
Dados da Coordenação de Programas de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e Aids, mostram que nos últimos três anos foi registrada uma queda no número de casos de Aids no Acre. No ano de 2015 foram registrados 70 pacientes com HIV. Em 2016, este número sofreu um pequeno declínio para 68 casos confirmados, em 2017 até agora, somente 22 novos casos da doença foram notificados.
De 1987 a 2017 foram registrados, no Acre, 986 pacientes infectados pelo vírus do HIV. Os homens representam o maior número de pacientes infectados, totalizando 594 casos.
COMO É A TRANSMISSÃO DO HIV
- Sexo sem camisinha – Transmitida através de secreção vaginal, anal ou oral.
- De mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação – também chamado de transmissão vertical.
- Uso da mesma seringa ou agulha contaminada compartilhada por mais de uma pessoa.
- Transfusão de sangue contaminado com o HIV.
- Instrumentos que furam ou cortam, não esterilizados.